Países árabes atacam ideia de 'Grande Israel' apoiada por Netanyahu: 'ilusão extremista'

O termo foi adotado pelos primeiros sionistas para se referir a um território que abrange os atuais Israel, Gaza, a Cisjordânia e partes de outros países do Oriente Médio.

Diferentes países árabes condenaram veementemente as declarações do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que na terça-feira (12), expressou seu apoio à ideia extremista do "Grande Israel". O plano implica a anexação, por Tel Aviv, de vários territórios do Oriente Médio pertencentes a outros estados.

Arábia Saudita, Catar, Egito, Jordânia, Liga Árabe e Autoridade Palestina expressaram consternação com os comentários do primeiro-ministro, alertando que eles ameaçam a estabilidade regional.

Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia classificou a adesão do político ao chamado "Grande Israel" como "uma escalada provocativa e perigosa, uma ameaça à soberania do Estado e uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas".

"Planos de colonização e expansionismo"

O Ministério das Relações Exteriores egípcio também condenou os comentários e exigiu esclarecimentos de Israel, afirmando que eles provocam "instabilidade" e refletem "uma rejeição à busca pela paz na região, bem como uma insistência na escalada".

A chancelaria do Catar, por sua vez, condenou as declarações de Netanyahu, as classificando como "uma extensão da abordagem da ocupação, baseada na arrogância, que alimenta crises e conflitos".

''Falsas acusações israelenses e declarações absurdas e inflamatórias não minarão os direitos legítimos das nações e povos árabes", lê-se na nota de Doha.

Unindo-se ao coro de críticas, a chancelaria saudita condenou os planos israelenses, alertando a comunidade internacional sobre as "violações flagrantes e contínuas" do país judeu, que "minam os fundamentos da legitimidade internacional, infringem descaradamente a soberania dos Estados e ameaçam a paz e a segurança regionais e internacionais".

A Liga Árabe também condenou as declarações de Netanyahu "nos termos mais fortes", afirmando que elas refletem "intenções expansionistas e agressivas que não podem ser aceitas ou toleradas" e revelam "uma mentalidade extremista enraizada em delírios coloniais".

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina rejeitou os "projetos expansionistas coloniais" de Israel e considerou as declarações do presidente como "um reconhecimento oficial, por parte de Israel, das intenções e objetivos do governo'', que buscaria ''liquidar" a Palestina e "anexá-la completamente".