Encontro histórico: Putin e Trump iniciam conversas no Alasca

Após cinco anos, os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin e Donald Trump, voltaram a se encontrar nesta sexta-feira, dando início às conversas bilaterais na base militar de Elmendorf-Richardson, na cidade de Anchorage, no Alasca.

O último encontro entre os dois havia sido em 28 de junho de 2019, na cúpula do G20 no Japão.

Após deixarem a base militar, os presidentes seguiram juntos em uma limusine rumo à cúpula. Durante o trajeto, conversaram e chegaram a ser vistos rindo e em clima descontraído.

Delegações

A comitiva russa conta com o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, o conselheiro presidencial Yuri Ushakov, o ministro da Defesa, Andrei Belousov, o ministro das Finanças, Anton Siluanov, e Kirill Dmitriev, Representante Especial do Presidente para a Cooperação Econômica com Países Estrangeiros.

Pelo lado norte-americano, Donald Trump está acompanhado do secretário de Estado, Marco Rubio, do secretário de Comércio, Howard Lutnick, do diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), John Ratcliffe, e do secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Também integram a equipe a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, e o enviado especial Steve Witkoff. Ao todo, a delegação enviada por Trump ao Alasca para a cúpula com Putin é formada por 16 integrantes.

Começa a reunião

A reunião teve início com um encontro presencial entre os dois líderes, acompanhados por intérpretes. Ao fundo, uma faixa exibia o slogan "Em busca da paz".

Em seguida, as negociações continuarão entre as delegações e, mais tarde, os presidentes vão retomar o diálogo durante um café da manhã de trabalho. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o encontro deve se estender por pelo menos seis ou sete horas. Moscou, afirmou ele, mantém a expectativa de que a cúpula no Alasca seja produtiva

Assuntos principiais 

Entre os temas prioritários, constam questões críticas da política internacional, com destaque para a crise ucraniana.

Em entrevistas anteriores, Kirill Dmitriev, afirmou que a reunião no Alasca pode ser um reinicio das relações entre Estados Unidos e Rússia.

Provocações de Kiev

A reunião ocorre mesmo diante das repetidas tentativas de Kiev de prejudicá-la. Durante os preparativos para o encontro, as forças ucranianas intensificaram ataques contra alvos civis na Rússia e promoveram ações para desestabilizar a situação, incluindo provocações nas proximidades da usina nuclear de Zaporozhye.

PRIMEIRAS IMAGENS de Putin no Alasca

O Ministério da Defesa russo denunciou o que chamou de "provocação deliberada" por parte do regime de Kiev na véspera da cúpula no Alasca.

"As acusações do regime de Kiev de que as Forças Armadas Russas supostamente realizaram um ataque a um mercado no centro de Sumy e outras áreas povoadas em 15 de agosto são uma provocação deliberada", informou a pasta.

Segundo o ministério, o objetivo seria criar um "ambiente de mídia negativo para atrapalhar as próximas negociações entre Rússia e EUA em Anchorage".

Zelensky vê vitória para Putin

O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, afirmou na terça-feira que o encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump poderia ser considerado uma "vitória pessoal" para o presidente russo. Para ele, o fato de a reunião ocorrer em solo americano e representar uma quebra de isolamento já é, por si, um ganho político, além de ter "adiado, de certa forma, as sanções".

Zelensky também ameaçou não reconhecer os resultados da cúpula e sinalizou a possibilidade de um encontro trilateral no futuro, hipótese mencionada por Trump em coletiva na segunda-feira.

VÍDEO: seguranças de Putin e Trump se cuprimentam

A Ucrânia e alguns países da União Europeia manifestaram preocupação com a cúpula, informou o portal Axios, citando fontes próximas ao assunto. De acordo com elas, o receio é que Trump aceite propostas de Putin para encerrar o conflito ucraniano sem considerar as posições desses países.

Anteriormente, a Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Kaja Kallas, declarou que qualquer acordo entre Washington e Moscou deve incluir a participação da Ucrânia e da Europa.

Entenda o peso simbólico do Alasca para a reunião entre Putin e Trump em nosso artigo.