O secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Júlio Tabosa Sales, classificou em suas redes sociais como "injusta" a medida adotada pelos Estados Unidos de cancelar o seu visto nesta quarta-feira (13).
"Essa sanção injusta não tira a certeza de que o Mais Médicos é um programa que defende a vida e representa a essência do SUS, o maior sistema público de saúde do mundo - universal, integral e gratuito", disse o funcionário.
Mozart, um dos idealizadores do programa Mais Médicos, destacou que a iniciativa contou com a cooperação internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para viabilizar o envio de médicos cubanos e de outras nacionalidades a regiões com poucos recursos.
Segundo ele, o programa social foi bem recebido pela população brasileira, com aprovação de 87%, citando pesquisa Datafolha de 2013. Ele acrescentou que "inúmeras publicações científicas comprovam os impactos positivos e a melhoria expressiva na saúde da população".
"Injustificáveis"
Na noite desta quarta-feira, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou as medidas adotadas pelos EUA contra os servidores brasileiros como "injustificáveis".
"Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman", publicou o ministro na plataforma X.
Padilha afirmou ainda sentir "orgulho" da forma como o programa social tem se desenvolvido, alcançando milhares de brasileiros de baixa renda que não tinham acesso à saúde básica.
Brasileiros sancionados
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira a anulação de vistos e a imposição de novas restrições contra servidores do governo brasileiro e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Os brasileiros Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, que atuaram no Ministério da Saúde durante o programa Mais Médicos e participaram de sua implementação, estão entre os que tiveram os vistos sancionados.
De acordo com a autoridade norte-americana, os funcionários estariam diretamente envolvidos em um esquema que "explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado", que beneficiaria o governo cubano.