Amorim justifica decisão de deixar IHRA: 'qualquer defesa da Palestina' era antissemitismo

"Você não pode usar o holocausto como justificativa para o genocídio palestino", afirmou o assessor especial da Presidência da República.

Ao comentar sobre a decisão do governo brasileiro de se retirar da Aliança Internacional pela Memória do Holocausto (IHRA), o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que a decisão foi motivada pela percepção de que havia uma distorção inaceitável do conceito do Holocausto, o que poderia prejudicar o diálogo e a defesa dos direitos dos palestinos.

Em entrevista concedida para o programa Roda-Vida na segunda-feira (11), o ministro ressaltou que, em suas experiências anteriores, tanto o presidente Lula quanto ele próprio mantiveram um diálogo constante e respeitoso com a comunidade judaica, reconhecendo a importância histórica do Holocausto e condenando qualquer tentativa de negação desse evento trágico.

Amorim acrescentou ainda que o governo brasileiro não compactua com o antissemitismo, enfatizando que a luta contra essa forma de discriminação é um compromisso claro.

Holocausto como justificativa

"Agora, você não pode justificar, usar o Holocausto como justificativa para haver um genocídio na Palestina e nem utilizar o conceito que não existe no governo brasileiro de modo algum", declarou.

Qualquer coisa que se referisse à defesa da Palestina já era considerada antissemitismo, continuou, acrescentando que o Brasil não pode aceitar que haja essa confusão.

"Nós combatemos o antissemitismo, somos totalmente contra o antissemitismo. Enfim, em todos os sentidos, devemos muito à herança que temos dos judeus", concluiu.