Câmara decide manter a prisão preventiva de Chiquinho Brazão
A Câmara dos Deputados brasileira votou pela manutenção da prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão (sem partido) - preso pela Polícia Federal no dia 24 de março sob a acusação de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
Foram 277 os votos favoráveis à manutenção da prisão. 129 deputados manifestaram-se contrários à medida, 28 se abstiveram.
O caso estava sendo analisado na Câmara em função de um dispositivo da Constituição de 1988, que determina que deputados federais só podem ser presos em condição de flagrante e por crimes inafiançáveis.
Anteriormente, a Comissão de Constituição e Justiça da casa legislativa já havia se manifestado favoravelmente à manutenção da prisão, por 39 votos a 25.
As vozes durante a sessão
Cleber Lopes, advogado de Chiquinho Brazão, criticou a prisão de seu cliente, afirmando não ter tido acesso à delação que levou à sua detenção. Ele também queixou-se da ausência de acesso à internet no presídio, que impossibilita que o deputado participe remotamente da sessão.
Enquanto justificava a orientação de voto determinada pelo seu partido, o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) destacou a necessidade em deixar claro que "imunidade parlamentar não é imunidade para o cometimento de crimes".
Altineu Côrtes (PL-RJ), líder do PL na Câmara, por sua vez, qualificou a prisão de Brazão como "ilegal", e afirmou que ela "fere à Constituição brasileira". Por essa razão, ele afirmou que os deputados do partido foram orientados a votar contrariamente. Cortês afirmou ainda que o Brasil inteiro espera que o caso seja solucionado, acrescentando que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi "um dos injustiçados, sendo acusado durante seis anos".