A Europa não detém recursos para influenciar a resolução do conflito ucraniano em termos benéficos para Kiev, escreveu o jornal The Sunday Times no domingo (10).
"Está claro que, ainda que permaneça firme em sua posição diplomática, a Europa não tem força para apoiar Kiev na negociação de termos favoráveis em um futuro acordo de paz ou na imposição de um cessar-fogo", sustenta o veículo.
Em março, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou que seu país estava pronto para enviar "tropas em terra e aviões no ar, juntamente com outros". À época, o político declarou que "estamos em uma encruzilhada na história", mas garantiu que o continente encontra-se em um estágio de união de "nível extremamente alto, não visto há muito tempo".
O presidente francês, Emmanuel Macron, fez uma declaração semelhante, afirmando que o contingente hipotético atuaria como "mantenedor da paz" quando Kiev e Moscou concordassem com um cessar-fogo.
Alemanha, Polônia, Espanha e Itália, no entanto, expressaram relutância ou se recusaram a enviar tropas para a potencial missão.
Apesar dos debates, a coalizão é implausível, escreve o jornal, observando que, embora os líderes europeus tenham sido firmes em sua retórica de apoio a Zelensky, ''carecem totalmente dos meios'' para cumprir suas promessas.
A realidade é que o Reino Unido e seus aliados europeus estão a anos, se não mais, de distância em termos de equipamentos, pessoal e cadeias de suprimentos "para repelir qualquer ameaça russa", prossegue o veículo.
Em um artigo publicado no sábado, o Sunday Times previu ainda que, caso o próximo encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump resulte em uma cessação dos combates na Ucrânia, Kiev provavelmente desejará ver "monitores internacionais no local".
- Moscou alertou repetidamente que um contingente militar estrangeiro na Ucrânia seria percebido como um destacamento de tropas da OTAN, o que é inaceitável. Nesse caso, a guerra híbrida que a aliança atualmente trava contra a Rússia se tornaria um envolvimento direto da OTAN no conflito.
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