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Ministra do Interior do Equador comparece no caso do ataque à Embaixada do México

Mónica Palencia depõe nesta quarta-feira perante um comitê da Assembleia Nacional.
Ministra do Interior do Equador comparece no caso do ataque à Embaixada do MéxicoAP / Dolores Ochoa

A ministra do Interior do Equador, Monica Palencia, compareceu nesta quarta-feira a um comitê da Assembleia Nacional de seu país para explicar o ataque à Embaixada do México em Quito.

Em meio a uma polêmica por parte da bancada de oposição, que denunciou a suposta obstrução das audiências, Palencia compareceu para explicar os motivos que levaram ao ataque à sede diplomática mexicana em 22 de março.

A ação ocorre um dia após o clamor internacional contra o Governo de Daniel Noboa, que autorizou a violenta invasão da embaixada, que culminou com a prisão do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas e a agressão de funcionários diplomáticos, como o chefe da chancelaria mexicana, Roberto Canseco.

"Sou uma cidadã latino-americana, orgulhosamente mexicana e equatoriana. Isso, minha dupla nacionalidade e, além disso, minha responsabilidade como ministra de Governo e ministra do Interior encarregada têm estado presentes em meus pensamentos, análises, reflexões, decisões e ações", enfatizou.

"Recebi muitas críticas"

Palencia explicou que em dezembro teve uma reunião com a embaixadora mexicana no Equador, Raquel Serur, e Canseco, com quem discutiu a situação de Glas. "O pedido específico era colaborar para obter informações completas e confiáveis sobre a situação legal criminal de seu hóspede".

"Sugeri que fosse solicitado todo o suporte documental para o caso", explicou a ministra, acrescentando que informou a Canseco "a necessidade de conceituar o asilo como uma tradição histórica no México, e relembramos os requisitos para sua admissibilidade".

Palencia ainda destacou que "nunca admitirá" que "criminosos que causaram tanto mal aos equatorianos" tentem "manchar seu nome" e afirmou que " está sendo vítima de perseguição e um pedido de impeachment foi apresentado" contra ela.

"Recebi muitas críticas por ter feito isso, mas a intenção era claramente política. Foi uma maneira de lembrar à Embaixada do México que havíamos discutido as questões, que havíamos discutido as interpretações de asilo (...) e outras formas de interpretação que têm a ver com obrigações e compromissos internacionais no cumprimento de tratados", acrescentou.

Além disso, a ministra reiterou que havia solicitado à Embaixada do México que entregasse Glas. "Ainda mais porque na reunião de dezembro informei à Embaixada a política interna do Governo equatoriano e expus claramente que nenhum pacto para fins legislativos inclui acordos sobre impunidade. A política é e será de tolerância zero com a corrupção, e eu os convidei a não desnaturalizar a missão diplomática de um país", enfatizou.