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Rússia condena plano israelense de ocupar Cidade de Gaza

Segundo a chancelaria russa, o plano do gabinete de segurança israelense "pode agravar ainda mais a situação já dramática no enclave palestino, que apresenta todos os sinais de uma catástrofe humanitária".
Rússia condena plano israelense de ocupar Cidade de GazaSaeed M. M. T. Jaras / Gettyimages.ru

A intensificação da operação militar israelense na Faixa de Gaza provoca "condenação e rejeição", declarou neste sábado (9) o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

A chancelaria apontou que com o plano do gabinete de Segurança de Israel, que prevê a ocupação da Cidade de Gaza, "o lado israelense não esconde sua intenção de tomar e ocupar gradualmente" todo o enclave palestino.

"A implementação de tais decisões e planos, que provocam condenação e rejeição, pode agravar ainda mais a situação já dramática no enclave palestino, que apresenta todos os sinais de uma catástrofe humanitária", destaca o comunicado da chancelaria.

Dessa forma, indica que a postura de Tel Aviv dificultará os esforços internacionais para a desescalada do conflito, "com graves consequências negativas para a toda a região do Oriente Médio".

"A Rússia reafirma sua posição inalterável sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato no território de Gaza, a libertação de todos os reféns e pessoas detidas, bem como o restabelecimento do acesso humanitário sem obstáculos", afirma o documento, destacando que Moscou está comprometida com a resolução da questão palestina com base no princípio de dois Estados.

Intenção de ocupar Gaza

Anteriormente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu o plano do gabinete de Segurança para que o Exército assuma o controle da Cidade de Gaza, assegurando que não há intenções de ocupá-la de forma permanente. "Não vamos ocupar Gaza, vamos liberá-la do Hamas", disse em publicação na sua conta do X, onde afirmou que a cidade "será desmilitarizada" e posteriormente se "estabelecerá ali uma administração civil pacífica".

De acordo com o líder israelense, "nem a Autoridade Palestina, nem o Hamas, nem nenhuma organização terroristafarão parte da nova gestão. Ele afirmou que a medida ajudará a libertar reféns e evitar que Gaza volte a representar ameaça a Israel.

Um funcionário israelense, citado pelo jornal Axios, disse que Gaza deve ser esvaziada de todos os civis palestinos até 7 de outubro. O Hamas respondeu que a proposta de ocupar a cidade e evacuar seus moradores representa "um novo crime de guerra que o Exército de ocupação pretende perpetrar".