Armênia, Azerbaijão e Estados Unidos assinaram nesta sexta-feira (8) um acordo que concede a Washington direitos exclusivos para desenvolver o principal corredor de transporte que conecta o continente azerbaijano ao enclave de Nakhichevan, passando pela Armênia. Com isso, o Azerbaijão terá acesso rodoviário direto à Turquia.
O Corredor de Zangezur, que liga as duas partes do Azerbaijão, será transferido para o controle dos Estados Unidos e renomeado como Rota Trump para a Paz e Prosperidade Internacional. A parceria com os EUA terá duração de 99 anos, conforme anunciou o presidente Donald Trump durante encontro com os líderes das nações na Casa Branca.
"A Rota Trump para a Paz e a Prosperidade Internacional é uma zona de trânsito especial que permitirá ao Azerbaijão acesso total ao seu território de Nakhchivan, respeitando integralmente a soberania da Armênia. Assim, eles poderão viver e trabalhar juntos. É incrível", disse o presidente norte-americano, observando que a Armênia firmou uma parceria exclusiva com os Estados Unidos para desenvolver este corredor.
O chefe da Casa Branca indicou que empresas americanas realizarão "um desenvolvimento significativo de infraestrutura" no corredor.
"Elas estão muito ansiosas para entrar nesses dois países. E vão investir muito dinheiro, muito dinheiro, o que beneficiará economicamente nossas três nações ", afirmou Trump.
O corredor que conecta as duas partes do Azerbaijão atravessa a região de Syunik, no sul da Armênia, e é conhecido como Corredor de Zangezur. Segundo os planos de Baku, essa rota logística deverá ir de Nakhchivan a Zangelan, passando bem próximo à fronteira com o Irã. A extensão total da rota é de 40 km.
Essa via é fundamental para a rota internacional que liga a China à Europa, passando pela Ásia Central e pela Turquia.
A construção da infraestrutura, especialmente ferrovias, e a criação do corredor beneficiarão principalmente o Azerbaijão, que terá acesso direto a Nakhichevan e facilitará seu comércio com a Turquia. Ao mesmo tempo, a Turquia consolidará seu papel como centro de trânsito entre a Europa e a Ásia.
A entrega do controle dessa rota aos Estados Unidos prejudicaria os interesses da Rússia, do Irã e da China, que atualmente dominam as principais rotas de trânsito na região.