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Gabinete de Segurança de Israel aprova a ocupação de Gaza

A decisão, tomada após mais de 10 horas de consultas, é a primeira fase de uma ofensiva que pode incluir a ocupação de todo o enclave palestino, relata a Axios.
Gabinete de Segurança de Israel aprova a ocupação de GazaAP / Matias Delacroix

O Gabinete de Segurança de Israel aprovou nesta quinta-feira a proposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para a ocupação da cidade de Gaza, conforme confirmado pelo gabinete do líder israelense, citado pelo The Times of Israel.

A decisão, tomada após mais de 10 horas de consultas, é a primeira fase de uma ofensiva que pode incluir a ocupação de todo o enclave palestino, segundo a Axios.

Preparação para uma nova ofensiva israelense

Antes da reunião do gabinete, Netanyahu confirmou que o Exército israelense iniciaria uma nova ofensiva para ocupar toda a Faixa de Gaza, em um esforço para erradicar o movimento palestino Hamas. Pretendemos controlar toda Gaza. "Não queremos conservar Gaza. Queremos um perímetro de segurança. Queremos entregar Gaza às forças árabes que a governarão adequadamente", declarou o premiê israelense.

Espera-se que a nova operação militar dure pelo menos vários meses e envolva o deslocamento de cerca de um milhão de civis palestinos.

Ao mesmo tempo, imagens de satélites comerciais forneceram evidências do acúmulo de tropas e equipamentos do Exército israelense perto da fronteira com a Faixa de Gaza, o que poderia ser um prenúncio de uma possível invasão terrestre em grande escala, informou a NBC News. 

Desacordos no governo

No entanto, o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, expressou seu temor de que a operação coloque em risco a vida dos reféns israelenses, que se acredita estarem nessa área. Em uma reunião recente, ele disse a Netanyahu que acreditava que ele estava "caindo em uma armadilha".

Além disso, Zamir argumentou que a ofensiva poderia levar a um governo militar israelense em Gaza com total responsabilidade sobre 2 milhões de palestinos.

Desde o início da guerra em outubro de 2023, as Forças de Defesa de Israel evitaram entrar em grande parte da cidade de Gaza, localizada em 25% do enclave ainda não ocupado, indica o The Times of Israel.