
Contas de Jones Manuel no Facebook e Instagram são canceladas pela Meta

"Por fim, o óbvio: a conversa sobre liberdade de expressão das Big Techs é chaveco". Esta foi a primeira manifestação do historiador e ativista político Jones Manoel (PCBR-PE) após ser notificado acerca da suspensão de sua conta no Facebook na quarta-feira (06). Jones Manuel compartilhou captura de tela da notificação recebida em que o Facebook alega que "a conta ou a atividade" da página de Jones não segue os "Padrões da Comunidade sobre conteúdo relacionado a fraude e enganação".

Um pouco depois, ele também compartilhou a notificação da desabilitação de sua conta no Instagram, também pertencente à empresa Meta*. "Só para registar. Como vocês sabem, a Meta derrubou minhas redes. Hoje divulguei nos stories do Insta que batemos mais de 102 milhões de visualizações nos últimos trinta dias. O insta já tinha 1 milhão e 80 mil seguidores e bateria 1,5 com o debate e a participação no Flow", se manifestou o comunista.

Ele também compartilhou foto do comunicador Xico Sá, que colocou a página de Jones Manoel no Youtube entre as 10 mais acessadas, apesar de seu programa haver iniciado apenas em 2025.
Em vídeo publicado após a derrubada de suas contas, que segundo ele era esperada, Jones relembrou que suas comunicações nas redes sociais vinha apresentando em tempos recentes "resultados espetaculares", sendo que sua conta no Instagram tinha um milhão e oitenta mil seguidores e ganhava cerca de vinte mil seguidores por dia.
Jones disse que ficou tranquilo após tomar ciência da derrubada das contas, que sabia que as Big Techs não ficariam tranquilas acompanhando o crescimento de uma figura política como ele sem acontecer nada. A reação de diversas personalidades foi imediata, com uníssona condenação à censura imposta pela companhia americana contra o blogger brasileiro.

"Derrubaram a conta do Jones Manoel no Instagram. Não foi suspensa, ela está sendo excluída permanentemente. Há 15 dias atrás, Jones Manoel tinha 750 mil seguidores. Com a repercussão do vídeo em que amassa 20 liberais, ele passou de 1 milhão de seguidores", escreveu o cantor Salgadinho em sua conta no X. Ademais, se manifestaram Guga Noblat, Elias Jabbour, que tiveram suas mensagens compartilhadas no perfil de Jones Manuel no X, assim como os políticos Fabrício Rosa, Glauber Braga, Sâmia Bonfim, Talíria Petrone, Fernanda Melchionna.
Seguindo os colegas, o deputado Orlando Silva (PC do B-SP) escreveu "ABSURDO! Há 5 anos que denuncio as bigtechs como ameaças à liberdade de expressão e o risco que vive a esfera pública diante do oligopólio de meia dúzia de empresas do Vale do Silício controlarem o debate público. A derrubada das contas de @jonesmanoel_PE, feita de modo absolutamente arbitrário e sem qualquer direito à defesa, é mais uma demonstração dos riscos a que me refiro e evidencia a urgência da regulação das plataformas digitais. É um escândalo a forma autoritária como essas empresas operam. O método revela que já atuam aliadas à extrema-direita política sem qualquer constrangimento. Esse ataque renova minha disposição para enfrentar essas corporações. Solidariedade a Jones Manoel!".
Jones definiu que não pretende criar outras contas no Facebook e Instagram, mas buscar ações no campo jurídico para recuperar sua conta e seus seguidores, que, segundo ele, foram ilegalmente usurpados pela Meta, que censurou suas comunicações ante o grande alcance e impacto gerado na sociedade brasileira. Segundo o historiador e seus apoiadores, a censura pela big tech ficou escancarada, o que coincide com o avanço do debate acerca das regulações das big-tech estrangeiras de comunicação no Brasil.
Também na quarta-feira (6), o presidente Lula defendeu taxação de big techs e disse à Reuters que "se não quiser regulação, que saiam do Brasil".
*Classificada na Rússia como uma organização extremista, cujas redes sociais são proibidas em seu território.

