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EUA ameaçam ministros do STF com sanções caso apoiem Moraes

Departamento de Estado alerta que aliados do magistrado podem ser punidos com base na Lei Magnitsky.
EUA ameaçam ministros do STF com sanções caso apoiem MoraesGettyimages.ru / Ton Molina

O governo dos Estados Unidos advertiu que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades brasileiras que venham a apoiar o ministro Alexandre de Moraes poderão ser alvo de sanções previstas na Lei Magnitsky.

O subsecretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie, declarou nesta quarta-feira (6) que os aliados de Moraes "são fortemente aconselhados a não auxiliar ou encorajar o comportamento de Moraes".

Em publicação feita na rede social X, Beattie, braço-direito do secretário Marco Rubio, afirmou que o ministro é o "principal arquiteto do complexo de censura e perseguição direcionado a Bolsonaro e seus apoiadores".

A declaração vem uma semana após a imposição de sanções contra Moraes, que teve o visto americano revogado no último dia 30 de julho.

Segundo comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA, Moraes "usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão". O texto inclui uma fala do secretário do Tesouro, Scott Bessent: "Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras".

Lei Magnitsky

Além da suspensão de vistos, as sanções baseadas na Lei Magnitsky incluem o bloqueio de transações financeiras, confisco de ativos em dólar e impedimentos para relações comerciais com pessoas ou empresas nos Estados Unidos. Isso afeta inclusive contas em bancos brasileiros e cartões de bandeiras americanas.

A lei também responsabiliza empresas dos EUA por fiscalizar o cumprimento das sanções, sob risco de sofrerem penalidades caso descumpram as determinações. Como consequência, há possibilidade de suspensão de contas em redes sociais, plataformas de pagamento e serviços online vinculados às companhias envolvidas.

Criada em 2012 e expandida em 2016, a Lei Magnitsky permite aos EUA aplicar punições a indivíduos estrangeiros acusados de corrupção e violações de direitos humanos, como detenções arbitrárias, execuções extrajudiciais e repressão à liberdade de expressão.