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EUA mantêm comércio bilionário com a Rússia mesmo com sanções e críticas à Índia

Em 2024, os norte-americanos compraram quase US$ 3 bilhões em produtos russos, segundo portal de notícias indiano.
EUA mantêm comércio bilionário com a Rússia mesmo com sanções e críticas à ÍndiaGettyimages.ru

Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça impor novas tarifas à Índia por comprar petróleo da Rússia, dados oficiais revelam que os próprios EUA continuam importando bilhões em produtos russos, o que levanta questionamentos sobre padrões duplos na política comercial americana.

Apesar da queda nas importações da Rússia — de US$ 36 bilhões em 2021 para cerca de US$ 3 bilhões em 2024 —, Washington segue comprando itens estratégicos, como combustível nuclear, metais preciosos e produtos agrícolas, mesmo sob sanções contra Moscou.

Quais dados são relevantes

Trump disse recentemente que "Rússia e EUA quase não fazem negócios entre si", mas dados da Comissão de Comércio Internacional dos EUA mostram o contrário. Segundo o Firstpost, em 2024, os EUA importaram da Rússia US$ 1,1 bilhão em fertilizantes, US$ 878 milhões em paládio, US$ 624 milhões em urânio e US$ 75 milhões em peças de aeronaves.

Os EUA também compram químicos inorgânicos, inclusive materiais radioativos como hexafluoreto de urânio, madeira e derivados, máquinas, ração animal, metais básicos, ferro, aço, frutas, verduras, além de borracha, plásticos, fármacos, cosméticos, óleos essenciais, têxteis, calçados, brinquedos, relógios, alumínio, cobre, níquel, couro cru, livros impressos e até animais vivos.

Números em alta

Entre janeiro e maio de 2025, as importações americanas da Rússia cresceram em relação ao mesmo período de 2024: paládio subiu 37%, urânio aumentou 28% (147% acima de 2021) e fertilizantes avançaram 21% (60% acima de 2021).

A troca de serviços gerou superávit de US$ 873 milhões para os EUA em 2024, alta de 43% em relação a 2023. Os EUA exportaram US$ 1,3 bilhão em serviços para a Rússia e importaram US$ 384 milhões.

  • No fim de julho, Trump anunciou tarifa de 25% sobre importações da Índia, com vigência a partir de 7 de agosto, além de sanções adicionais a acordos indianos com Moscou nas áreas de energia e defesa. Em 4 de agosto, ameaçou elevar ainda mais as tarifas, acusando Nova Déli de lucrar com a revenda de petróleo russo.

  • A Índia classificou as acusações como injustas e irracionais, alegando que sua política energética responde às condições do mercado global. Nova Delhi também acusou os EUA e a União Europeia de manterem padrões duplos ao seguirem comprando produtos russos, inclusive em setores estratégicos.