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Lula afirma que convidará Trump para COP30: 'Quero saber o que ele pensa da questão climática'

O presidente brasileiro criticou a postura de países desenvolvidos sobre o meio ambiente, como o descumprimento de promessas de financiamento climático.
Lula afirma que convidará Trump para COP30: 'Quero saber o que ele pensa da questão climática'Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (5) que convidará seu homólogo norte-americano, Donald Trump, para a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, prevista para ocorrer em Belém (PA), em novembro.

Durante evento de abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável ("Conselhão"), Lula criticou a postura de países desenvolvidos, ao não cumprirem tratados internacionais na área ambiental, como o Protocolo de Kyoto e o Tratado de Paris, além de descumprirem promessas de financiamento climático.

Assim, Lula declarou que não iria "ligar para o Trump para comercializar, porque ele não quer falar", mas sim para saber "o que ele pensa da questão climática".

"Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática. Vou ter a gentileza de ligar", disse, listando outros líderes que convidaria por telefone, como o presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. "Só não vou ligar para o [Vladimir] Putin, porque o Putin não está podendo viajar", complementou.

"Se ele [Trump] não vier é porque ele não quer, mas não vai ser por falta de delicadeza, charme e democracia", concluiu sob aplausos.

"O Brasil nunca saiu da mesa de diálogo"

De acordo com Lula, desde que os EUA anunciaram uma sobretaxa de 10% sobre exportações brasileiras em março, o Planalto demonstrou "repetidamente interesse em dialogar sobre as barreiras comerciais tarifárias", resultando em mais de 10 reuniões "em diferentes níveis". Para o presidente, a única explicação para as medidas norte-americanas, como o aumento da tarifa para 50% sobre determinados produtos, é política.

Dessa forma, ressaltou que a falta de resolução da questão não pode resultar em uma punição direta à população brasileira. "Nós não podemos aceitar que o povo brasileiro seja punido. Diante do tarifaço, o compromisso do governo é com os brasileiros", disse Lula.

Nesse sentido, reiterou que o governo irá colocar em execução "um plano de contingência para mitigar esse ataque injusto e aliviar os prejuízos econômicos e sociais" da medida. "Vamos proteger trabalhadores e empresas brasileiras que foram afetadas. Vamos recorrer a todas as medidas cabíveis, a começar pela OMC [Organização Mundial do Comércio], para defender os nossos interesses", declarou.

ENTENDA O AUMENTO DAS TENSÕES COMERCIAIS ENTRE BRASIL E EUA EM NOSSO ARTIGO.