Mais de 11,5 milhões de pessoas estavam encarceradas no mundo em 2022, segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O levantamento reúne dados sobre sistemas prisionais de diversos países entre os anos de 2012 e 2022.
A marca de 11 milhões de detentos foi atingida pela primeira vez em 2013, quando o total chegou a 11,1 milhões. No ano anterior, o número era de 10,9 milhões. Desde então, a taxa permaneceu acima desse patamar, com pico registrado em 2019, quando atingiu 11,7 milhões de presos. Mesmo com a redução temporária provocada pela pandemia de Covid-19 em 2020, a tendência de alta foi retomada nos anos seguintes.
De acordo com o relatório, havia 144 pessoas presas a cada 100 mil habitantes em 2022. Alguns países, no entanto, registram taxas significativamente mais altas, acima de 500 presos por 100 mil habitantes. Outros mantêm índices abaixo de 100 por 100 mil. A variação reflete políticas penais distintas e o uso mais ou menos frequente de medidas alternativas à prisão.
Os homens representavam 94% da população carcerária global. Apesar disso, a ONU destacou que o número de mulheres encarceradas cresceu 57% nos últimos 20 anos. Em muitos países, o aumento está ligado a crimes de menor gravidade, frequentemente associados à pobreza e vulnerabilidade social.
Outro dado relevante é que quase um terço das pessoas presas ainda não recebeu sentença. Em algumas nações, esse percentual ultrapassa 50%. A ONU alerta que esse tipo de detenção prolongada sem julgamento fere garantias fundamentais de justiça.
O relatório também aponta que mais de 60% dos países enfrentam superlotação carcerária. A situação, segundo o órgão, agrava problemas estruturais e compromete a capacidade dos sistemas prisionais de oferecer condições mínimas de dignidade.