Governistas e aliados de Bolsonaro reagem à prisão domiciliar do ex-presidente

Enquanto apoiadores de Bolsonaro denunciaram o que acreditam ser uma perseguição e uma "ditadura", parlamentares da base do presidente Lula destacaram "a gravidade dos atos" do ex-presidente.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, citando "reiterado descumprimento de medidas cautelares". O juiz da Suprema Corte justificou a decisão com base na participação do Bolsonaro, de forma remota, em uma manifestação realizada em Copacabana, no Rio de Janeiro.

A decisão mobilizou tanto apoiadores do ex-presidente, que denunciaram o que acreditam ser uma perseguição e a instauração de uma "ditadura", quanto setores da base governista, que defendem que a ação condiz com "a gravidade dos atos" do acusado.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, afirmou que Moraes dobrou "a aposta em uma cortina de fumaça autoritária". "As fichas do outro lado estão acabando, e as oportunidades de frear esta loucura estão se esgotando. Que o sistema entenda isso antes que seja tarde demais", declarou em nota.

Outro filho de Jair, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se manifestou, alegando que o Brasil está "oficialmente em uma ditadura", enquanto acusou Moraes de interferir nas eleições de 2022 quando assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Já o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), citado na decisão de Moraes, criticou o motivo que fundamentou a medida: "Corrupção? Rachadinha? Desvio de Bilhões? Roubou o INSS? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais", afirmou em suas redes sociais.

Enquanto isso, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a decisão do STF foi "proporcional à gravidade dos atos", após Bolsonaro "reincidir de forma deliberada, debochar da autoridade judicial e seguir atuando contra o Estado Democrático de Direito".

O recém-eleito presidente do PT, Edinho Silva, também destacou que a decisão da Suprema Corte ocorre após o descumprimento de medidas cautelares. Além disso, relembrou o plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa o assassinato de Lula, Alckmin e do próprio ministro Moraes.

A deputada Duda Salabert (PDT-MG) comemorou a decisão: "A história cobra. A democracia resiste. E quem atentou contra ela começa a pagar!".