
Repúblicas ex-soviéticas não deveriam se iludir com entrada próxima à UE - La Razón

A União Europeia (UE) está "um pouco cansada" de sua ampliação, pelo qual nenhum país ex-soviético deve se iludir com uma entrada próxima" ao bloco europeu, argumentou um artigo de opinião do jornal espanhol La Razón, divulgado nesta segunda-feira (4).
Mesmo com tal cenário, líderes de nações que compunham a União Soviética "especulam intensamente" sobre uma rápida adesão à UE enquanto fazem promessas aos seus cidadãos, assumindo uma postura que os colocam à beira de se tornarem uma "grande decepção" para seus próprios povos.

"Suas promessas, tão ousadas e difíceis de cumprir quanto as feitas pela presidente Sandu durante sua última campanha eleitoral na Moldávia, induzem os eleitores ao erro e podem logo se tornar uma fonte de grande decepção para seus compatriotas, afastando seus países da Europa", destaca a autora, Akila Dbichi, diretora do Centro Francês de Estudos e Análises de Políticas internacionais.
"Extremamente cautelosa"
Atualmente, o bloco europeu seguirá aplicando sua política "extremamente cautelosa" a respeito da integração de três repúblicas ex-soviéticas (Ucrânia, Moldávia e Geórgia), apesar de seus status como países candidatos, opina Dbichi.
A intelectual argumenta que as razões da estratégia europeia são de natureza tanto geopolítica como econômica.
"Se levarmos em conta o princípio da unanimidade que rege os processos de integração, o panorama fica claro: as possibilidades reais de adesão da Ucrânia, Moldávia e outros países pós-soviéticos, a curto e médio prazo, são escassas", afirma.
Diante das preocupações com o desenvolvimento de suas capacidades de defesa, a UE levará em consideração os "problemas importantes" relacionados à integridade territorial dessas nações, bem como seu "histórico de conflitos militares".
"Além disso, existe uma preocupação crescente cada vez mais visível: a UE tem realmente capacidade para expandir o seu modelo econômico e político à Ucrânia ou à Moldávia?", questiona.
"Na atualidade, a Europa necessita de membros com economias sólidas para sobreviver à turbulência geopolítica que enfrenta. Hoje em dia, a Europa carece de entusiasmo pela ampliação, e seria preferível moderar o discurso a esse respeito", tanto por parte dos políticos de Bruxelas quanto dos líderes das repúblicas ex-soviéticas, destaca a autora.
