China autoriza entrada de 183 exportadoras brasileiras de café

Medida tem validade de cinco anos e reforça relação comercial entre Brasil e China.

Em um movimento que pode reconfigurar o comércio internacional de café, a China anunciou a habilitação de 183 novas empresas brasileiras para exportar o produto ao mercado chinês.

A autorização, publicada pela Administração Geral de Aduanas da China, entrou em vigor na quarta-feira (30) e terá validade por cinco anos.

O anúncio foi feito no sábado (2) pelas redes sociais da Embaixada da China no Brasil e confirmado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

A decisão chegou no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo tarifa de 50% sobre o café brasileiro importado pelos EUA, principal mercado da commodity.

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), apenas 538 mil sacas de café foram enviadas à China nos seis primeiros meses de 2025. Mas o número pode subir com o fortalecimento de acordos já firmados com grandes redes chinesas.

Um dos principais exemplos é a parceria com a Luckin Coffee, que superou a americana Starbucks em número de lojas na China.

A rede chinesa fechou em 2023 um contrato com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Atração de Investimentos) para adquirir 120 mil toneladas de café brasileiro até 2029.

Em novembro do mesmo ano, esse volume foi ampliado para 240 mil toneladas. A expansão das cafeterias no país acompanha o crescimento no consumo interno da bebida. A média anual per capita subiu de 16,7 xícaras em 2023 para 22,22 em 2024, com projeção de alcançar cerca de 30 ainda este ano. A média global é de 150 xícaras por pessoa.

Além do café, a China habilitou 30 empresas brasileiras para exportar gergelim e outras 46 para comercializar farinhas de aves e suínos. Todas as autorizações começaram a valer também na última quarta-feira (30).