Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, afirmou neste domingo (3), durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que a diplomacia brasileira durante seu terceiro mandato tem assustado ''as pessoas que pensam que são donas do mundo''.
''Nós fizemos a maior reunião dos BRICS já realizada, aqui no Brasil. (...) Como que aparece um país, que até ontem era tratado como republiqueta de banana, querendo falar grosso? Querendo dizer que é preciso criar uma nova moeda de comércio, pra não ficarmos todos dependendo do dólar?'', ironizou.
Durante o discurso, Lula afirmou que ''não vai abrir mão'' da ideia de criar uma moeda para comércio internacional. ''Eu não preciso ficar subordinado ao dólar'', disparou,
Relembre:
Em seu discurso na reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), realizada no Rio de Janeiro no âmbito da Cúpula de Líderes do BRICS, Lula fez um apelo para que o a instituição lute pela criação de uma nova moeda para lastrear o comércio internacional, em alternativa ao dólar.
Pouco depois, no dia de encerramento da cúpula, Donald Trump, presidente dos EUA, renovou suas ameaças ao BRICS, afirmando que ''qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas'' dos grupo seria taxado com uma alíquota adicional de 10%.
Durante sessão plenária no Rio, Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, observou que as sanções e tarifas promovidas pelos EUA minaram a confiança no dólar e motivaram países a reduzir a dependência em moedas estrangeiras. Citando seu próprio país como exemplo, observou:
"Ao final de 2024, 48% do comércio exterior da Rússia foi com membros do BRICS, e 90% dessas transações ocorreram em moedas nacionais", pontuou, expondo um cenário no qual essas medidas coercitivas tornam-se cada vez menos eficientes e ameaçadoras.
Em entrevista exclusiva à RT Brasil, Luan Sciliar, diretor executivo do iBRICS+, destacou ainda que o grupo tem dado passos importantes rumo à construção de mecanismos econômicos independentes do Ocidente Coletivo.