
Ex-presidente Álvaro Uribe é condenado a 12 anos de prisão domiciliar na Colômbia

A Justiça da Colômbia condenou nesta sexta-feira (1º) o ex-presidente Álvaro Uribe a 12 anos de prisão domiciliar por fraude processual e suborno de testemunhas, divulgou a Infobae. A sentença marca um momento histórico, pois é a primeira vez que um ex-chefe de Estado colombiano é condenado criminalmente.
Além da pena de reclusão domiciliar, a decisão inclui multa de cerca de US$578 mil e a suspensão dos direitos políticos por oito anos. O devido processo legal durou por aproximadamente 13 anos.

Uribe, de 73 anos, comandou a Colômbia por dois mandatos seguidos, entre 2002 e 2010, e negou todas as acusações durante o julgamento. Após a leitura da sentença, seus advogados informaram que vão apelar da decisão no Tribunal Superior de Bogotá.
A condenação ocorre às vésperas do início oficial das campanhas para as eleições presidenciais de 2026, nas quais diversos aliados do ex-presidente deverão participar.
Entenda o caso
Em 2012, Álvaro Uribe levou à Suprema Corte uma denúncia contra o então senador Iván Cepeda, a quem acusava de manipular presos para envolvê-lo com grupos paramilitares. No entanto, após apuração, o tribunal entendeu que Cepeda apenas cumpria sua função parlamentar e, em vez disso, abriu uma investigação contra Uribe, sob suspeita de tentativa de manipulação de testemunhas.
O caso se arrastou por mais de uma década, enfrentando sucessivas tentativas de arquivamento por parte de diferentes procuradores.
Em 2024, o processo ganhou novo fôlego com o início do julgamento. Mais de 90 testemunhas foram ouvidas, e o Ministério Público apresentou evidências de que ao menos um ex-paramilitar foi pressionado para alterar seu depoimento.

