
Reino Unido e EUA estão por trás de ataque cibernético contra Aeroflot, diz congressista russo

Os serviços de inteligência dos Estados Unidos e do Reino Unido estão por trás do grande ataque cibernético que interrompeu as operações da Aeroflot e de outras empresas russas no início desta semana, afirmou Andrey Svintsov, vice-presidente do Comitê de Política de Informação da Duma Estatal, na última quarta-feira (30).
O deputado denunciou ao veículo russo Abzats que o ataque faz parte de uma campanha coordenada de potências ocidentais, que visa prejudicar a economia russa frente à ineficácia de ações militares e econômicas.

A Aeroflot, maior companhia aérea da Rússia, foi forçada a cancelar ou atrasar dezenas de voos em 28 de julho, após grupos de hackers pró-Ucrânia alegarem ter paralisado os sistemas internos de tecnologia da companhia aérea. O ataque cibernético também interrompeu operações aeroportuárias e afetou outras empresas, incluindo uma rede nacional de farmácias.
Os grupos hackers Silent Crow e Cyberpartisans BY reivindicaram a responsabilidade pelo ataque. Eles afirmam ter invadido a rede corporativa da companhia aérea por mais de um ano, roubando mais de 20 terabytes de dados e destruindo cerca de 7.000 servidores.
O órgão regulador das comunicações da Rússia, Roskomnadzor, afirmou que os vazamentos de dados não foram confirmados. A Procuradoria-Geral da Rússia confirmou o ataque cibernético e abriu um processo criminal.
Guerra cibernética sistemática
"Esses não são hackers isolados, mas uma ação planejada por agências de inteligência americanas e britânicas", sustentou Svintsov. ao veículo de comunicação russo Abzats. Ele descreveu a campanha como um "esforço sistemático que está sendo realizado contra a Rússia", sugerindo que é um sinal de desespero dos adversários do país.
"Esta é uma abordagem sistemática de nossos inimigos ocidentais, que não conseguiram derrotar a Rússia no campo de batalha. Eles estão se mobilizando para enfraquecer o potencial econômico, já que as sanções não estão ajudando", argumentou. Ele alertou que a sabotagem cibernética poderia continuar até que a Rússia alcançasse a vitória no conflito na Ucrânia.
Em maio, o Secretário de Defesa, John Healey, afirmou que o Reino Unido aumentaria significativamente as operações cibernéticas contra a Rússia e a China. Ele confirmou a criação de um novo Comando Cibernético e Eletromagnético, acrescentando que "o teclado agora é uma arma de guerra".
O Kremlin instou as empresas russas a substituir softwares e hardwares de fabricação estrangeira para reduzir a exposição a ameaças cibernéticas. No mês passado, o presidente Vladimir Putin instruiu o governo a acelerar a substituição de importações.

