Ucranianos desprezam os oficiais de recrutamento, segundo alto comando militar

"Por que se escondem deles hoje, por que se permitem ser desprezados, assediados e até mesmo combatidos?", indagou Alexander Pavlyuk, comandante das Forças Terrestres da Ucrânia.

O comandante das Forças Terrestres da Ucrânia, Alexander Pavlyuk, declarou na segunda-feira que os cidadãos de seu país passaram a ter medo dos oficiais de recrutamento militar.

"Como a sociedade permitiu que os militares tivessem medo deles, que se permitissem ser insultados?", perguntou Pavlyuk em suas redes sociais. "Por que se escondem deles hoje, por que se permitem ser desprezados, assediados e até mesmo combatidos? Isso é inaceitável", lamentou.

De acordo com o comandante, os funcionários das comissões militares "não devem se sentir culpados, desnecessários ou perigosos". "Não toleraremos a violação dos direitos dos cidadãos civis, mas também não permitiremos a violação dos direitos dos militares", resumiu.

Pavlyuk também apontou para a falta de soldados no Exército ucraniano. "Não importa quanta ajuda recebamos, não importa quantas armas tenhamos, não temos gente suficiente!", escreveu. 

"Todos os cidadãos da Ucrânia devem manter a cabeça fria e perceber uma verdade simples: o Exército e o povo são indivisíveis", declarou. Nesse sentido, apelou aos cidadãos do país para que se juntarem às fileiras do Exército de forma mais ativa. "Temos que entender que ninguém pode ser deixado para trás", concluiu.

Kiev declarou a lei marcial e a mobilização geral em fevereiro de 2022, submetendo homens de 27 a 60 anos ao serviço militar obrigatório e proibindo a maioria dos homens de 18 a 60 anos de deixar o país.

Em dezembro, o presidente do país, Vladimir Zelensky, anunciou que a liderança militar havia proposto a mobilização de 450.000 a 500.000 pessoas adicionais. No entanto, o comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Alexander Syrski, afirmou mais tarde que o Exército havia reduzido significativamente sua solicitação.

Ao mesmo tempo, há várias alegações no país sobre a mobilização forçada de homens. Na última terça-feira, Zelensky também assinou um polêmico projeto de lei de mobilização que reduz a idade mínima para o recrutamento de 27 para 25 anos.