Esposa de Macron é acusada de 'transfobia'

A decisão de Brigitte Macron de acionar a Justiça contra autoras de boatos sobre sua identidade de gênero provocou reações negativas na comunidade LGBT*.

A decisão de Brigitte Macron de acionar a Justiça contra autoras de boatos sobre sua identidade de gênero provocou reações negativas na comunidade LGBT*. Para críticos, a primeira-dama francesa reforça estigmas contra pessoas trans ao tratar a acusação como ofensa.

Segundo o jornal Libération, o processo tem efeito contrário ao desejado, já que "ser transgênero não é crime nem motivo de vergonha". A disputa judicial começou em 2022, quando Brigitte moveu ação contra as influenciadoras Natacha Rey e Amandine Roy, que divulgaram a teoria de que ela teria nascido homem, com o nome de Jean-Michel Trogneux.

Ambas foram absolvidas em 2025.

Alegações sobre a primeira-dama

A teoria circula desde uma entrevista publicada no YouTube em 2021. Nela, Rey e Roy exibem fotos da família da primeira-dama, alegam que ela não é mãe biológica de seus três filhos, mencionam supostas cirurgias e divulgam informações sobre seu irmão.

Em setembro do ano passado, as duas foram condenadas por difamação. Receberam multa suspensa de 500 euros e foram obrigadas a pagar 8 mil euros a Brigitte e 5 mil ao irmão dela.

No entanto, na última quinta-feira (31), o Tribunal de Apelação de Paris absolveu as influenciadoras de 18 das acusações apresentadas por Brigitte e Jean-Michel. A corte entendeu que a maioria das declarações não configura difamação segundo a legislação francesa. O advogado da primeira-dama, Jean Ennochi, afirmou que recorrerá ao Tribunal de Cassação.

*O movimento internacional LGBT é classificado como uma organização extremista no território da Rússia e proibido no país.