O chanceler britânico, David Cameron, reuniu-se com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, na Flórida, na segunda-feira, em uma tentativa de persuadir ele e seus aliados a apoiarem o pacote de ajuda militar para a Ucrânia, que continua estagnado no Congresso dos EUA desde o final do ano passado em função da oposição republicana, informou o Financial Times.
Depois de visitar a propriedade de Mar-a-Lago e conversar com o candidato do Partido Republicano nas eleições gerais dos EUA - que tem se manifestado repetidamente contra a "doação de dinheiro" para a Ucrânia - o ministro britânico planeja ir a Washington para se reunir com legisladores republicanos e funcionários democratas do Governo Biden.
"Os EUA têm que fazer isso"
Nesse contexto, o veículo, citando fontes familiarizadas com o assunto, indicou que Cameron pediria ao presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Johnson, um fiel aliado de Trump, que desse sinal verde para a aprovação do pacote paralisado de mais de 60 bilhões de dólares de assistência à Ucrânia.
Ao final de fevereiro, apesar da pressão do presidente Joe Biden, Johnson afirmou que o Congresso dos EUA, controlado pelos republicanos, não aprovaria a ajuda à Ucrânia sem uma reforma da imigração, que continua sendo postulada como "prioridade".
Na semana passada, após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, Cameron já havia adiantado que "o presidente Johnson pode conseguir" que o Congresso dos EUA desbloqueie o financiamento para a ajuda a Kiev. "Eu o verei na próxima semana e direi que precisamos desse dinheiro, a Ucrânia precisa desse dinheiro", disse Cameron, acrescentando que "os EUA têm que fazer isso".
Um porta-voz do Governo britânico confirmou a viagem de Cameron aos EUA, dizendo que lá ele "manterá conversas com o secretário de Estado dos EUA [Antony] Blinken, outras figuras da administração Biden e membros do Congresso". Ele detalhou que "suas conversas se concentrarão em várias prioridades compartilhadas entre o Reino Unido e os EUA, incluindo a obtenção de apoio internacional para a Ucrânia e a estabilidade no Oriente Médio".
Desse modo, o porta-voz descreveu a reunião de Cameron com Trump como "prática padrão para os ministros se encontrarem com candidatos da oposição como parte de seu compromisso internacional de rotina", sem mencionar nada sobre a ajuda a Kiev.