A maior parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos em 2025 competirá com produtos de outras origens em condições semelhantes, mesmo após a imposição de novas tarifas pelo governo americano.
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira (31), aproximadamente 64,1% das vendas não serão afetadas pela ordem executiva norte-americana
O levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC) indica que uma tarifa adicional de até 50% incidirá sobre 35,9% das exportações brasileiras para os EUA, o que representa cerca de R$ 81,2 bilhões. Esses produtos passam a enfrentar maior custo de entrada no mercado americano , o que pode comprometer sua competitividade.
A medida, no entanto, também estabelece uma série de discussões. Segundo o MDIC, 44,6% das exportações brasileiras, equivalentes a R$ 100,8 bilhões, foram excluídas expressamente da nova tarifa. A lista, divulgada pela Casa Branca, contempla aproximadamente 700 produtos que não sofrerão a majoração. Entre eles estão itens relevantes da pauta exportadora nacional, como aviões, petróleo, minério de ferro, celulose e suco de laranja .
Além disso, 19,5% das exportações brasileiras, estão sujeitas às tarifas específicas já aplicadas de forma global, com base em dispositivos de segurança nacional dos EUA, como a Seção 232. Nesses casos, as alíquotas continuam as mesmas: 25% para automóveis e autopeças, e 50% para aço, alumínio e cobre. Esses produtos não estão sujeitos à nova medida anunciada pela Casa Branca.
A decisão também inclui uma segurança para produtos em trânsito. De acordo com o governo brasileiro, mercadorias que tenham sido embarcadas no Brasil até sete dias após a publicação da ordem executiva serão isentas das tarifas adicionais, desde que cumpram os requisitos estabelecidos.
O MDIC segue monitorando os desdobramentos da política comercial norte-americana e avalia os impactos setoriais com entidades da indústria e do comércio exterior. Apesar das exceções, a tarifa anunciada representa uma ação unilateral com potencial de afetar setores estratégicos da economia brasileira.
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