O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos importados do Brasil, elevando a carga total para 50%. A medida, que começa a valer em sete dias, abre notórias para determinados alimentos , produtos de energia, minerais e itens da aviação civil .
De acordo com a Casa Branca, a sobretaxa será aplicada a mercadorias registradas para consumo ou retiradas de armazém a partir das 12h01 (horário de verão da Costa Leste), sete dias após a publicação da ordem. Produtos abrangidos pela Lei 50 do Código dos Estados Unidos (50 USC) não serão impactados .
Confira os principais produtos brasileiros que ficaram de fora da tarifa de 50%:
- Castanha-do-brasil
- Suco e polpa de laranja
- Fertilizantes
- Artigos de aeronaves civis não militares
- Produtos de ferro, aço, alumínio e cobre
- Madeira
- Celulose
- Metais e minerais como silício, ferro-gusa, alumina e estanho
- Diversos tipos de carvão, gás natural, petróleo e derivados
A isenção desses itens foi interpretada como uma tentativa de mitigar os impactos sobre setores considerados estratégicos para a economia americana , como energia, aviação e agricultura.
O restante das exportações brasileiras será afetado pela alíquota de 50%, elevando o custo final de entrada no mercado americano. Um exemplo é o etanol : a tarifa, que já era de 12,5%, subirá para 52,5% a partir de agosto.
A decisão americana foi justificada pelo governo dos EUA como uma resposta às ações do governo brasileiro que, Washington, ameaçam a segurança nacional e os interesses americanos. O texto menciona diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e acusa o Brasil de impor censura e perseguir opositores.
Ibovespa sobe com alternativas
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou o dia com alta de 0,95%, atingindo 133.989 pontos. Ações como os da Embraer (EMBR3), que escaparam das tarifas, subiram 10,9%, enquanto ações da Petrobras (PETR4) e da Vale (VALE3) oscilaram positivamente e negativamente, respectivamente.
Segundo analistas, a notícia reverteu a tendência de queda dos últimos dias e trouxe alívio momentâneo aos investidores. Mesmo com o dólar em alta de 0,38%, a percepção de que os principais produtos de exportação ficaram de fora ajudou a manter a confiança no desempenho de setores estratégicos.
Nota da Amcham Brasil crítica tarifa e pede diálogo
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil divulgou nota manifestando preocupação com a medida. “Trata-se de medida que fragiliza as relações económicas e comerciais entre os dois países, afetando capacidades a competitividade das suas empresas, o emprego dos seus trabalhadores e o poder de compra dos seus consumidores”, afirma o comunicado.
A entidade defende a resolução de conflitos por meio de "diálogo construtivo em alto nível" e relembra os mais de 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
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