EUA exigem que Brasil reveja relações com a Rússia, sob ameaça de tarifaço

'O petróleo russo concentrou as preocupações centrais', mas laços com Pequim também foram mencionados, afirmou o senador Nelsinho Trad.

A delegação de senadores brasileiros que visitou os EUA para negociar as tarifas de 50% anunciadas pelo governo Trump, previstas para entrar em vigor no dia 1 de agosto, ouviu, de congressistas dos partidos Democrata e Republicano, que ''é preciso rever as relações com Moscou''. As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que lidera a comitiva. 

''A pressão para que o Brasil reduza ou interrompa a importação de combustível da Rússia dominou os encontros entre senadores brasileiros e parlamentares norte-americanos'', lê-se na nota. De acordo com o documento, os laços entre Pequim e Brasília também foram mencionados, mas ''o petróleo russo concentrou as preocupações centrais'', com congressistas americanos exigindo a adoção de mecanismos para garantir rastreabilidade dos combustíveis.

 O lado brasileiro respondeu ''propostas técnicas'', lembrando aos norte-americanos que os dispostivos existentes já respeitam os princípios de transparência regulatória. 

Anteriormente, o governo brasileiro respondeu, através do chanceler Mauro Vieira, às ameaças do secretário-geral da OTAN, que lembrou que países como Brasil, China e Índia podem se tornar alvo de tarifas secundárias de até 100% se continuarem comprando combustível da Rússia:

''Talvez ele não esteja informado, como ele é da área militar, e não comercial, que a União Europeia compra 6% do petróleo bruto russo nesse momento, 51% de gás natural e 6% do gás liquefeito'', lembrou Vieira, enfatizando que as discussões relativas ao comércio entre Moscou e Brasília competem somente às duas partes envolvidas.