O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou nesta terça-feira (28) que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina em setembro a menos que Israel concorde com um cessar-fogo em Gaza como parte de um "processo rumo à paz mundial".
"É hora de agir. Hoje, como parte deste processo de paz, posso confirmar que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro a menos que o governo de Israel dê passos concretos para pôr fim à terrível situação em Gaza, disse Starmer.
O primeiro-ministro britânico pediu ainda para que o governo israelense se comprometa com uma "paz sustentável e de longo prazo, que retome o processo de solução de dois Estados, incluindo a permissão para que a ONU retome as entregas de ajuda humanitária, e que deixe claro que não haverá anexações na Cisjordânia.
Starmer denunciou o "horror" contínuo desde 7 de outubro de 2023 e o "terrível sofrimento" sofrido pelo povo palestino.
"Agora, em Gaza, devido a um fracasso catastrófico na ajuda humanitária, vemos bebês morrendo de fome, crianças fracas demais para se manterem em pé, imagens que permanecerão conosco por toda a vida", lamentou, insistindo que o sofrimento no enclave palestino "precisa acabar".
O premiê britânico enfatizou a necessidade de que "pelo menos 500 caminhões de ajuda" humanitária entrem em Gaza todos os dias. No entanto, reiterou que a única maneira de pôr fim à crise humanitária é "por meio de um acordo de longo prazo". Por isso, garantiu que Londres apoia os esforços do Egito, dos EUA e do Catar "para garantir um cessar-fogo vital" que deve levar a um plano de paz "mais amplo" e abrir caminho para uma solução de dois Estados.
Os comentários de Starmer seguem o anúncio do presidente francês Emmanuel Macron na semana passada de que Paris reconheceria o Estado da Palestina como parte de seu "compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio".