Duas importantes organizações de direitos humanos de Israel tornaram-se as primeiras vozes no país a acusar formalmente o governo israelense de cometer genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza, conforme publicado pela Reuters.
A B'Tselem e Physicians for Human Rights–Israel (PHRI) divulgaram relatórios nesta segunda-feira (28) em que acusam Israel de atacar civis em Gaza ao longo de quase dois anos de conflito unicamente por sua identidade palestina, causando danos profundos e, em alguns casos, irreversíveis à sociedade local.
As duas entidades denunciam que deslocamentos forçados, bombardeios constantes e o uso da fome como arma de guerra fazem parte de uma estratégia deliberada israelense para destruir a sociedade palestina na região.
"O relatório que publicamos hoje é algo que nunca imaginamos que teríamos que escrever", afirmou Yuli Novak, diretora executiva da B'Tselem.
O relatório da PHRI destacou os graves danos ao sistema de saúde em Gaza, afirmando que "Israel tem sistematicamente atacado a infraestrutura médica em toda a Faixa de Gaza, atingindo 33 dos 36 hospitais e clínicas da região, além de privá-los de combustível e água. Mais de 1.800 profissionais de saúde de Gaza foram mortos ou detidos".
Em resposta, um porta-voz do governo israelense, David Mencer, classificou as acusações feitas pelos grupos de direitos humanos como "infundadas".
"Não há intenção, [algo que é] fundamental para a acusação de genocídio... simplesmente não faz sentido para um país enviar 1,9 milhão de toneladas de ajuda, a maior parte sendo comida, se houver intenção de genocídio", declarou David.