A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou nesta segunda-feira que os países interessados "não devem difamar ou atacar as relações estatais normais entre a China e a Rússia".
Durante uma coletiva de imprensa, a porta-voz disse que os direitos e interesses de Pequim e das empresas chinesas devem ser respeitados, sem culpar ou provocar confrontos. Mao Ning também observou que, em relação à questão da Ucrânia, a China sempre manteve uma posição objetiva e justa, pedindo ativamente a paz, promovendo as negociações e facilitando um acordo político.
As declarações da porta-voz foram feitas no contexto de uma visita oficial à China do Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que chegou na segunda-feira para uma estadia que durará de 8 a 9 de abril.
Os países relevantes não devem difamar ou atacar as relações normais entre a China e a Rússia e não devem prejudicar os direitos e interesses legítimos da China e das empresas chinesas. Muito menos devem transferir a culpa para a China ou instigar um confronto de blocos.
A secretária do Departamento do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, advertiu as empresas chinesas contra o apoio à Rússia. Em uma reunião com He Lifeng, vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado da República Popular da China (RPC), Yellen ameaçou com "consequências significativas" se as empresas chinesas continuarem a cooperar com as empresas russas.
"Fomos claros com a China ao afirmar que acreditamos que a Rússia está se beneficiando dos produtos que a China e as empresas chinesas estão fornecendo para a Rússia", explicou Yellen aos repórteres. "Nenhum de nós quer que isso seja um problema para nossa relação bilateral", concluiu.
Na segunda-feira, a secretária reiterou sua posição. Durante uma coletiva de imprensa em Pequim, Yellen declarou: "Qualquer banco que facilite transações significativas que canalizem produtos militares ou de uso duplo para a base industrial de defesa russa se expõe ao risco de sanções norte-americanos".