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Multidão faminta se aglomera em Gaza para receber ajuda humanitária (VÍDEOS)

ONU alertou que os 2,1 milhões de pessoas que vivem no enclave sofrem de insegurança alimentar.
Multidão faminta se aglomera em Gaza para receber ajuda humanitária (VÍDEOS)Gettyimages.ru / Majdi Fathi

Centenas de palestinos famintos correram para centros de distribuição de ajuda humanitária em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, após a entrada de caminhões com suprimentos vindos do Egito neste domingo (27) — os primeiros em meses.

A remessa chegou no mesmo dia em que as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma "pausa tática local" nas operações militares em três áreas do enclave por fins humanitários, válida "até novo aviso".

Parte da ajuda humanitária começou a entrar na Faixa de Gaza na manhã deste domingo pelo posto de Kerem Shalom, a cerca de 3 km da fronteira de Rafah.

De acordo com informações do canal Al Qahera News, a Cruz Vermelha egípcia enviou um comboio com mais de 100 caminhões carregados com 1.200 toneladas de alimentos.

Há, ainda, relatos de distribuição no noroeste de Gaza, pela passagem de Zikim, onde sacos de farinha teriam sido entregues à população. Em Beit Lahia, moradores também se reuniram para receber os suprimentos.

Ao mesmo tempo, Jordânia e Emirados Árabes Unidos lançaram cerca de 25 toneladas de ajuda humanitária sobre a Faixa de Gaza, informou uma fonte oficial jordaniana à agência Reuters.

Segundo ela, os lançamentos aéreos não substituem os envios por terra. Pouco antes de anunciar a pausa tática, as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que realizaram lançamentos aéreos, distribuindo sete pacotes com farinha, açúcar e alimentos enlatados.

Situação crítica

A entrada de ajuda humanitária em Gaza, anunciada pelas forças israelenses por um período diário de 10 horas "até novo aviso", ocorre em meio a crescente pressão internacional e a alertas de organizações humanitárias sobre o colapso das condições de vida no enclave, onde milhares enfrentam a fome extrema.

No último sábado (26), a ONU criticou duramente os lançamentos aéreos de ajuda, classificando-os como "caros, ineficazes e até perigosos". A organização também alertou que os 2,1 milhões de habitantes da Faixa sofrem de insegurança alimentar.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cerca de 900 mil crianças passam fome e, destas, 70 mil apresentam sinais de desnutrição. Ainda de acordo com o ministério, cerca de mil crianças teriam sido mortas por forças israelenses enquanto tentavam buscar alimentos.