O navio Handala, da Flotilha da Liberdade, que tentava chegar até Gaza para romper o bloqueio à ajuda humanitária, foi interceptado neste sábado por forças israelenses quando se encontrava em águas internacionais próximas à costa do enclave palestino.
A viagem estava sendo transmitida ao vivo pelo YouTube, o que permitiu registrar o momento em que os militares israelenses invadiram a embarcação, onde estavam 21 ativistas internacionais de diferentes nacionalidades.
"A Marinha israelense impediu que o navio Navarn [seu nome original] entrasse ilegalmente na zona marítima da costa de Gaza", confirmou o Ministério das Relações Exteriores de Israel em comunicado, informando que o barco será levado até a costa israelense e assegurando que "todos os passageiros estão em segurança".
Por sua vez, o grupo palestino Hamas classificou a ação como "um crime de pirataria" e "um flagrante desafio à vontade da humanidade". Nesse sentido, instou as Nações Unidas a "responsabilizar Israel por sua contínua agressão e guerra de extermínio contra Gaza".
"Fui sequestrado pelas forças de ocupação israelenses"
Enquanto isso, vídeos de dois ativistas espanhóis que estavam a bordo da embarcação foram compartilhados nas redes sociais. "Se você está vendo este vídeo, é porque fui sequestrado pelas forças de ocupação israelenses ou por forças cúmplices. Peço aos camaradas, companheiros, amigos, familiares e todas as pessoas de bem que pressionem o governo espanhol e os governos da União Europeia para exigirem minha liberdade e a dos meus companheiros o mais rápido possível", afirmaram Sergio Toribio e Santiago Vallejo nas gravações.
Uma hora antes de anunciar a detenção do veleiro, Tel Aviv informou que neste domingo faria uma “pausa humanitária” para permitir a distribuição de ajuda em centros civis e corredores humanitários no enclave palestino. Ao mesmo tempo, rejeitou "as falsas acusações de propaganda de ‘fome’ iniciadas pelo Hamas".
No mês passado, o veleiro Madleen, com o mesmo objetivo, também foi detido por Israel. Entre os tripulantes estava a ativista sueca Greta Thunberg, que acusou Tel Aviv de sequestro, junto com outros onze ativistas pró-Palestina.
Israel bloqueou completamente a entrada de ajuda em Gaza nos primeiros dias após o massacre de 7 de outubro de 2023, mas cedeu à pressão dos Estados Unidos. No início de março deste ano, pouco antes de Tel Aviv encerrar um cessar-fogo com o Hamas, o país voltou a bloquear todas as importações — inclusive de alimentos, combustíveis e medicamentos — ao enclave palestino.