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Exportações brasileiras de terras raras para a China triplicam no 1º semestre de 2025

Apesar de representarem uma fração do comércio bilateral, os embarques ganham destaque por envolver um insumo estratégico em alta demanda global e alvo da disputa entre EUA e China.
Exportações brasileiras de terras raras para a China triplicam no 1º semestre de 2025Gettyimages.ru / Paulo Fridman/Bloomberg

As exportações brasileiras de compostos de terras raras para a China somaram US$ 6,7 milhões até o momento em 2025, o que corresponde a um aumento de três vezes em relação ao primeiro semestre de 2024, de acordo com informações do South China Morning Post (SCMP).

Embora represente uma parcela pequena diante do total de exportações brasileiras para a China no primeiro semestre (US$ 47,7 bilhões), os números ganham relevância por se tratar de um material com alta demanda global.

Brasil possui reservas significativas de terras raras, especialmente em locais como o estado de Minas Gerais (Araxá), Goiás (Catalão) e no Amazonas. Os minerais brasileiros ainda carecem, no entanto, de uma cadeia de suprimento mais estruturada. A China, em contrapartida, refina cerca de 90% das terras raras processadas no mundo

Para o melhor desenvolvimento da cadeia de suprimentos desses recursos, o governo brasileiro pretende lançar ainda em 2025 o Programa Nacional de Minerais Críticos, com o objetivo de fortalecer o "mapeamento geológico", incentivar pesquisa, inovação e processamento e estimular a atração de investimentos privados.

No médio a longo prazo, as terras raras do Brasil podem se tornar um foco de disputa econômica entre Estados Unidos e China. Afinal, enquanto o Brasil lidera as reservas mundiais de componentes como o Nióbio, as duas potências disputam a liderança na cadeia de suprimentos de terras raras, que são essenciais para indústrias automobilísticas e aeroespaciais ou para tecnologias como baterias e equipamentos militares.

Os Estados Unidos buscam diversificar seus fornecedores e reduzir a dependência do mercado chinês. Nesse sentido, existem tratativas norte-americanas para suspender o tarifaço ao Brasil, previsto para ser imposto no dia 1º de agosto, em troca de um acordo por minerais críticos.

Contudo, essas negociações ainda estão em fase preliminar. Diplomatas brasileiros ouvidos pelo G1 afirmam que, até o momento, trata-se apenas de um "balão de ensaio" por parte dos Estados Unidos — uma forma de testar o terreno antes de qualquer iniciativa oficial.