A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, considera que a intenção do presidente da França, Emmanuel Macron, de reconhecer a Palestina como Estado pode ser "contraproducente". Ela argumenta que "se algo que não existe é reconhecido no papel", corre-se o risco de que a questão pareça resolvida "quando não está".
"Já disse isso várias vezes, inclusive no Parlamento. Disse isso à própria Autoridade Palestina e também disse a Macron: acredito que o reconhecimento do Estado da Palestina, sem que exista um Estado da Palestina, pode ser até contraproducente para o objetivo", afirmou a premiê ao La Repubblica.
Meloni esclareceu que é "muito a favor" do reconhecimento do Estado palestino, mas somente após um "processo para a sua constituição". Assim, segundo o jornal italiano, a primeira-ministra acredita que a iniciativa de Macron "corre o risco paradoxal de entrar em conflito com as razões da Palestina".
O presidente francês anunciou nesta quinta-feira (24) a decisão do país, destacando seu "compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio". A medida segue o exemplo de outros países europeus, como Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovênia. No entanto, a promessa gerou reação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou que isso levaria à "aniquilação de Israel". Os EUA também reagiram por meio de seu secretário de Estado, Marco Rubio. "Esta decisão imprudente só serve à propaganda do Hamas e atrasa a paz", afirmou o porta-voz norte-americano.