
Tarifaço de Trump ao Brasil pode prejudicar 'interesses mais amplos na região', alertam senadores dos EUA

Onze senadores democratas dos Estados Unidos assinaram uma carta oficial enviada ao presidente Donald Trump nesta sexta-feira (25), pedindo o fim imediato das tarifas comerciais impostas ao Brasil, conforme publicado pela Agência Brasil.
A medida, anunciada por Trump como resposta ao processo judicial enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto e prevê sobretaxa de até 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA.

A iniciativa do documento partiu dos senadores Jeanne Shaheen, de Nova Hampshire, e Tim Kaine, da Virgínia, ambos integrantes da Comissão de Relações Exteriores do Senado. No texto, eles denunciam a retaliação como motivada por interesses pessoais e políticos do presidente republicano.
"Escrevemos para expressar preocupações significativas sobre o claro abuso de poder presente em sua recente ameaça de lançar uma guerra comercial com o Brasil. Os Estados Unidos e o Brasil têm questões comerciais legítimas que devem ser discutidas e negociadas. No entanto, a ameaça de tarifas do seu governo claramente não tem esse objetivo", escreveram.
Para os parlamentares, as tarifas não visam resolver disputas comerciais legítimas, mas sim proteger Bolsonaro da Justiça brasileira.
Os senadores alertam ainda para os impactos econômicos da medida:
"Os EUA importam mais de US$ 40 bilhões por ano do Brasil, incluindo quase US$ 2 bilhões em café. O comércio EUA-Brasil sustenta quase 130 mil empregos nos Estados Unidos", diz o documento, que aponta riscos diretos para famílias e empresas norte-americanas.
"Usar todo o peso da economia americana para interferir nesses procedimentos em nome de um amigo é um grave abuso de poder, mina a influência dos Estados Unidos no Brasil e pode prejudicar nossos interesses mais amplos na região", cita o documento.
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