Brasil apoia 'solução dos dois Estados' defendida por Macron; EUA e Israel reagem

Itamaraty elogia decisão francesa, que deve ser formalizada na ONU em setembro. Para o governo brasileiro, a criação de um Estado palestino é essencial à paz no Oriente Médio; Washington e Tel Aviv condenam a medida e acusam Macron de enfraquecer o "combate ao terrorismo".

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota oficial elogiando a decisão do presidente francês Emmanuel Macron de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. A formalização do anúncio é aguardada para setembro quando ocorrerá a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Para o governo brasileiro, a criação de um Estado palestino independente e soberano — incluindo a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental como capital — é essencial para a estabilidade no Oriente Médio dentro da perspectiva da solução de dois Estados convivendo pacificamente.

A medida, no entanto, provocou reações contundentes de aliados históricos de Israel. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nas redes sociais que a decisão de Macron "serve apenas de propaganda para o Hamas e prejudica a paz". Segundo ele, trata-se de "um tapa na cara das vítimas do 7 de outubro".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também condenou a decisão via redes sociais e declarou que Macron "recompensa o terror" e pode levar à criação de mais um representante do Irã na região. Para Netanyahu, a proposta de dois Estados é inviável, pois, segundo ele, os palestinos não anseiam por "um Estado junto de Israel, mas sim um Estado no lugar de Israel".