Lula diz que carta de Trump foi baseada em mentira: 'Era só ter me ligado'

Durante discurso em Osasco (SP), nesta sexta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu duramente a carta publicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que criticou o governo brasileiro e pediu o fim da "perseguição" a Jair Bolsonaro.
"Se o presidente Trump tivesse ligado para mim, eu certamente explicaria para ele o que está acontecendo com o ex-presidente. Eu explicaria porque eu tenho boa relação com todo mundo. Se ele me ligasse... Mas ele foi induzido a acreditar em uma mentira de que o Bolsonaro está sendo perseguido", afirmou Lula.
Segundo o presidente, o caso de Jair Bolsonaro não é político, mas judicial. "Primeiro, o Bolsonaro não está sendo perseguido, ele está sendo julgado com todo o direito de defesa", disse.
Lula destacou que o país vive sob o Estado de Direito e que a Justiça brasileira é quem deve conduzir o processo: "O Bolsonaro não é um problema meu, é um problema da justiça brasileira".
O mandatário brasileiro também fez duras críticas à postura de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e acusou Jair Bolsonaro de ter montado uma equipe para planejar assassinatos de autoridades.
🇧🇷'Bolsonaro montou equipe para matar a mim, Alckmin e Alexandre de Moraes', diz LulaPresidente afirmou que plano foi revelado em delações e voltou a criticar Eduardo Bolsonaro por buscar sanções contra o Brasil nos EUA. pic.twitter.com/qaFDXIUJmC
— RT Brasil (@rtnoticias_br) July 25, 2025
A carta de Trump também questiona a possível regulação das plataformas digitais no Brasil. Lula reagiu afirmando que o país vai seguir com a proposta de regulamentação das chamadas big techs: "Na carta ele diz que não aceita que a gente vá punir ou fazer regulação das empresas chamadas big techs. E nós vamos fazer regulação, porque eles têm que respeitar a legislação brasileira", explicou.
"Não pode ficar promovendo ódio entre os adolescentes, contando mentiras. Tentando destruir a democracia e o Estado de Direito Democrático. Esse país tem lei, e mais do que lei, esse país tem um povo que tem vergonha na cara, caráter e coragem para saber se defender", acrescentou.
Ao longo do discurso, Lula reforçou que o Brasil mantém uma relação institucional com os Estados Unidos e tem buscado o diálogo, inclusive por meio de um comitê de ministros coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
"Eu não só estou negociando, como estou colocando o meu companheiro, o vice-presidente da República, que é um homem calejado, sabe, pra ver o negociador. E ele, obviamente, que não fala rouco como eu, não parece bravo como eu, ele é todo gentil. Mas ele sabe que o Brasil tem razão".
Lula encerrou o assunto com uma frase direta: "Agora é só dizer para todo mundo, quem manda neste país é o povo brasileiro."

