
Departamento de Estado dos EUA acusa Moraes de perseguir e censurar Bolsonaro

O subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Darren Beattie, afirmou nesta quinta-feira (24) que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o "coração pulsante" de um processo de "perseguição" e "censura" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração foi feita na rede social X e depois compartilhada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Beattie declarou que os Estados Unidos estão "tomando medidas", com apoio do presidente Donald Trump e do secretário de Estado, Marco Rubio. Horas antes, Moraes havia advertido Bolsonaro sobre o cumprimento de medidas cautelares, porém decidiu não decretar sua prisão preventiva.
No dia 18 de julho, Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição de uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros. Bolsonaro é investigado por liderança de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Ainda na quinta-feira (24), Marco Rubio anunciou que os vistos de Moraes e de outros sete ministros do STF serão revogados.
Três dias antes, na segunda-feira (21), a defesa de Bolsonaro foi convocada a prestar esclarecimentos após o ex-presidente conceder entrevista à imprensa, o que poderia indicar descumprimento das medidas. Apesar disso, Moraes optou por não ordenar a prisão.
Em sua decisão, o ministro afirmou que o uso de declarações públicas para incitar "milícias digitais" será considerado violação. Ele também comparou as condutas de Bolsonaro ao "modus operandi" atribuído a seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por suposta conspiração contra o Brasil nos Estados Unidos.
Segundo Moraes, as ações envolvem a "instrumentalização das redes sociais" e postagens coordenadas entre os investigados e apoiadores políticos, com o objetivo de "induzir e instigar chefe de Estado estrangeiro a tomar medidas para interferir ilicitamente no regular curso do processo judicial", o que configuraria "flagrante atentado à Soberania nacional".
