Os ataques ucranianos com drones contra civis nas regiões de Krasnodar e em outras províncias russas não têm qualquer justificativa militar e visam deliberadamente a população civil, denunciou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.
Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, Zakharova afirmou: "Esses não são ataques contra as forças armadas, nem contra tecnologia militar. Trata-se de um ataque terrorista direcionado contra civis".
Ela destacou que, apenas na última semana, 120 pessoas foram feridas, incluindo 11 menores de idade, e sete morreram em consequência de bombardeios e ataques ucranianos com drones. "Pessoas desarmadas que realizam suas atividades diárias estão sendo alvo 'a priori'", reforçou a diplomata. Zakharova concluiu afirmando que tais atos não ficarão impunes e que "tudo isso será punido".
Instrumento geopolítico do Ocidente
A diplomata ainda criticou duramente a reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia (UDCG) realizada em 21 de julho no formato Ramstein, denunciando o alinhamento do Reino Unido ao plano do presidente dos EUA, Donald Trump, de financiar o fornecimento de armas da OTAN para a Ucrânia.
Segundo ela, a confirmação britânica de apoio ao plano revela a disposição do Ocidente em prolongar o conflito, em vez de buscar uma solução diplomática.
Zakharova denunciou o duplo padrão dos países participantes da reunião do UDCG, acusando-os de inundar a Ucrânia com armas enquanto exigem o endurecimento de uma já cruel mobilização. Segundo ela, ao agir dessa forma, os países ocidentais transformaram Zelensky em um instrumento de seus interesses, promovendo o que classificou como "genocídio do povo ucraniano" por meio de um líder que, em suas palavras, "se é que ainda pode ser chamado de homem, que levaram para Bankovaya [rua onde se localiza o escritório presidencial ucraniano]".
Por fim, a porta-voz russa afirmou que os gastos colossais com o conflito poderiam ter sido utilizados de outra maneira, oferecendo à Ucrânia um caminho alternativo. "Poderiam ter transformado a Ucrânia em um Estado verdadeiramente próspero", declarou. No entanto, segundo ela, o destino imposto ao país foi outro: não o de beneficiário da ajuda e do investimento ocidental, mas o de instrumento geopolítico nas mãos do Ocidente.
Zakharova ainda sublinhou que os países da OTAN não têm poupado recursos financeiros para sustentar esse cenário, enfatizando que o objetivo não é a reconstrução ou o bem-estar da Ucrânia, mas sim utilizá-la como um campo de confronto com a Rússia. Ela concluiu afirmando que essa escolha revela o verdadeiro interesse dos aliados ocidentais, dispostos a prolongar o conflito à custa do sofrimento da população ucraniana.