Lula diz que Trump 'não quer conversar' sobre tarifas e reforça pedido por respeito mútuo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (24) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não tem demonstrado interesse em negociar com o Brasil a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, conforme publicado pelo O Globo.

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A medida, anunciada por Trump no início de julho, está prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.

Durante um evento em Minas Gerais, Lula disse que já foram realizadas dez rodadas de conversas com autoridades americanas, incluindo o envio de uma carta oficial em 16 de julho, que não recebeu resposta. Segundo ele, a falta de retorno indica que Trump "não quer conversa. Se quisesse conversar pegava o telefone e me ligava" , declarou.

Ao comentar a postura do republicano, o presidente brasileiro afirmou que está acostumado a negociar com líderes de todo o mundo, mas ironizou a ausência de diálogo direto com Trump.

"Ele nos deu até o dia 1º; se a gente não der a resposta até o dia 1º, ele vai taxar o nosso comércio em 50%. Quero contar uma coisa para vocês: eu não sou mineiro, mas eu sou bom de truco, e se ele estiver trucando, ele vai tomar um seis", disse o mandatário.

A nova tarifa foi anunciada por Trump por meio de uma carta pública dirigida a Lula e divulgada nas redes sociais. No documento, o presidente americano alegou que a decisão seria "em parte pelos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos".

"Alguém aqui acredita em bruxa?"

O presidente norte-americano também acusou o governo brasileiro de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem classificou como alvo de uma "caça às bruxas".

"Primeiro, ele acredita em bruxa? Alguém aqui acredita em bruxa para ter caça às bruxas? Eu não acredito", rebateu Lula.

Alegações mentirosas 

O petista também criticou o conteúdo da carta, que segundo ele contém "três mentiras": Uma falsa perseguição a Bolsonaro; a alegação de que os Estados Unidos têm déficit comercial com o Brasil, quando segundo o governo brasileiro há superávit; e a acusação de que o país deseja controlar as redes sociais.

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Ao final do discurso, Lula voltou a pedir respeito mútuo entre os dois países.

"A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano", afirmou.

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