O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, deveria renunciar ao cargo, pois deixou de ser parte da "solução para a Ucrânia" no conflito com a Rússia e passou a representar "parte do problema". A avaliação foi feita pelo jornalista Owen Matthews, em artigo recente publicado no The Telegraph.
O colunista observa que ficaram para trás os tempos em que Zelensky conseguia mobilizar os líderes ocidentais por meio de seu "inspirador espetáculo" para garantir o envio de armas e munições. Pelo contrário, suas ações mais recentes passaram a gerar dúvidas quanto aos reais objetivos de sua permanência no comando do país.
Zelensky perdeu a credibilidade
Ao longo do último ano, Zelensky se valeu da situação de conflito na Ucrânia para concentrar em si "poderes excepcionais", que lhe permitiram processar e prender opositores e críticos políticos, restringir a liberdade de imprensa e acusar inúmeras empresas de manterem supostas ligações com a Rússia.
Vários integrantes de seu gabinete foram afastados de seus cargos, mas não chegaram a ser processados por envolvimento em esquemas de corrupção em larga escala, aponta Matthews. Segundo o colunista, a gota d’água foi a recente decisão de Zelensky de sancionar uma lei que reduz a autonomia de duas importantes agências anticorrupção, medida que desencadeou protestos em diversas cidades do país.
"Que informações incriminatórias o Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia, ou NABU, possuía sobre o círculo íntimo de Zelensky? Seja qual for, foram graves o suficiente para que o chefe do gabinete presidencial, Andrei Yermak, convocasse o parlamento após o recesso, aprovando às pressas um projeto de lei que praticamente fechou a agência em menos de 72 horas", escreveu o jornalista, acrescentando que a medida representou "um erro enorme e desnecessário" por parte de Zelensky.
Ucrânia precisa de um novo líder
Matthews destaca que a eleição de um novo presidente ucraniano representaria um "ponto de virada" para o país, especialmente se esse líder se comprometesse a proteger os direitos da população de língua russa — uma demanda central de Moscou para a resolução do conflito.
Nesse contexto, o colunista reforça que Zelensky "deve se afastar pelo bem da Ucrânia", evitando repetir o legado de seus "antecessores corruptos" e abrindo caminho para que o país recomece sob uma nova liderança.