Cúpula UE-China revela tensão comercial apesar do discurso conciliador de Xi Jinping

O presidente da China, Xi Jinping, defendeu o aprofundamento das relações bilaterais e uma cooperação aberta com a União Europeia, nesta quinta-feira (24) em Pequim durante a 25ª cúpula UE-China, informou a agência de notícias Xinhua.

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Em reunião com o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Xi comentou a política europeia de “redução de dependência” e afirmou que ela não deve implicar em enfraquecimento da cooperação entre o bloco e Pequim.

O líder chinês destacou o caráter "mutuamente benéfico" das relações comerciais entre as partes e disse que interesses comuns não representam ameaça.

"Impulsionar a competitividade não deve depender da construção de muros ou barreiras, pois desacoplar e romper as cadeias de suprimentos resultará apenas em autoisolamento", afirmou Xi, segundo a Xinhua.

Ele também apontou possíveis ganhos para os dois lados nas áreas digital e de investimentos, pedindo que a UE evite o uso de barreiras econômicas e comerciais e promova um “ambiente de negócios sólido” para empresas chinesas.

Reação europeia

A presidente da Comissão Europeia adotou um tom mais crítico e afirmou que o comércio bilateral vive um momento de “desequilíbrio crescente”.

“Chegamos a um ponto de inflexão. É essencial reequilibrar nossa relação bilateral”, disse von der Leyen, segundo o site oficial do bloco. Ela defendeu que as duas partes reconheçam as preocupações mútuas e apresentem “soluções reais”.

As tensões comerciais entre China e União Europeia aumentaram com a superoferta da indústria chinesa e a queda na demanda do mercado europeu. Em 2024, o bloco impôs tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China. Em resposta, Pequim abriu investigações por prática de dumping.