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Lula defende aliança econômica com México frente às tarifas de Trump

Os representantes dos países latino-americanos discutiram pelo telefone a expansão dos acordos bilaterais, parcerias estratégicas e cooperação frente ao protecionismo de Washington.
Lula defende aliança econômica com México frente às tarifas de TrumpRicardo Stuckert / PR

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou pelo telefone nesta quarta-feira (23) com sua homóloga mexicana, Claudia Sheinbaum, em meio à escalada de tensões comerciais com os Estados Unidos.

Segundo detalhou em suas redes sociais, durante a ligação, Lula defendeu o fortalecimento das relações econômicas entre Brasil e México como forma de enfrentar a instabilidade internacional. Ele propôs abrir negociações para ampliar o atual acordo comercial entre os dois países, buscando aumentar o fluxo de comércio bilateral. Também ficou acertada a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México em agosto, acompanhado por empresários e autoridades brasileiras.

Lula e Sheinbaum discutiram ainda possíveis parcerias em setores estratégicos, como indústria farmacêutica, agropecuária, biocombustíveis (etanol e biodiesel) e aeroespacial. Ambos concordaram que inovação e educação devem ser pilares do relacionamento bilateral nos próximos anos.

Os dois países foram recentemente atingidos por novas tarifas, impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump. No caso do Brasil, as exportações sofrerão sobretaxa de 50% a partir de 1º de agosto, caso sejam confirmadas as tarifas; para o México, o valor imposto será de 30%, anunciada como resposta à crise do fentanil.

As medidas foram justificadas de forma politicamente controversa. No caso brasileiro, o presidente norte-americano mencionou o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal como exemplo de "vergonha internacional". Quanto ao México, Trump acusou o país de falhar no combate aos cartéis responsáveis pelo tráfico de fentanil, apesar dos avanços obtidos desde o início do ano em ações conjuntas na fronteira.

Desde que anunciou sua nova política comercial, Trump já emitiu pelo menos 25 notificações a parceiros internacionais, sinalizando uma estratégia protecionista agressiva. A movimentação tem provocado reações diplomáticas e pode impactar diretamente as economias latino-americanas nos próximos meses.

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