O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, denunciou durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (22) que os governos europeus sucumbiram a um frenesi antirrusso e estão tentando convencer seus cidadãos de uma suposta ameaça de Moscou para justificar o aumento de seus gastos militares.
"Estamos testemunhando como a Europa enlouqueceu de raiva, não consigo encontrar um termo mais preciso, a ponto de haver até um jogo de palavras: hoje [os europeus] fazem parte de uma 'descaro' internacional em relação à Federação Russa", declarou Lavrov.
O ministro russo criticou o fato de os líderes europeus "usarem todos os meios possíveis para manipular seu povo" e incutir nele — no estilo de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda nazista alemão — que "a Rússia é um inimigo eterno, uma ameaça existencial, que a Rússia está prestes a atacar a Europa".
Segundo a mídia russa, Lavrov também destacou que, sob o pretexto da suposta ameaça russa, os governos do bloco tentam persuadir suas populações de que "é preciso esquecer os problemas sociais, os fracassos econômicos, ignorar os processos de desindustrialização, já evidentes na Alemanha e em outros países europeus".
O chanceler russo afirmou ainda que, por esse motivo, os governos do bloco tentam convencer as populações de que todos os recursos e impostos devem ser destinados exclusivamente à militarização da Europa, e chamou a situação de "lamentável".
O fantasma do nazismo
Lavrov enfatizou que as lições históricas sobre as consequências da militarização da Europa não devem ser esquecidas, em uma aparente referência à Alemanha nazista de Adolf Hitler. "Mas é claro que a geração atual, tanto alemã quanto francesa, e representantes de outros países europeus, as aprendeu muito mal", declarou.
"Quando os descendentes daqueles alemães, ocupando posições de liderança na Alemanha moderna — independentemente de sua origem — não apenas promovem, mas também exibem com orgulho reivindicações no estilo do atual 'Quarto Reich', isso, é claro, leva a crer que tal ressurgimento do nazismo não pode ser permitido", enfatizou.
Lavrov também expressou sua convicção de que a parte "sensata" dos europeus entende o que está acontecendo.