Em 4 de abril de 1949, 12 países assinaram o Tratado do Atlântico Norte e criaram a OTAN, que na época incluía Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, Islândia, Itália, Canadá, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Portugal, EUA e França.
De acordo com o artigo 10 do tratado, os países membros podem convidar por unanimidade qualquer outro Estado europeu que possa contribuir para a segurança da Aliança.
Primeiras adesões
Em 18 de fevereiro de 1952, Grécia e Turquia se tornaram membros da OTAN. Em 6 de maio de 1955, a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) se juntou ao bloco e, após a reunificação alemã em 1990, o território da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) também foi incorporado.
Em 30 de maio de 1982, a Espanha se tornou membro.
Duas ondas de expansão após a Guerra Fria
Em 12 de março de 1999, República Checa, Hungria e Polônia — todos antigos aliados da URSS no âmbito do Pacto de Varsóvia aderiram à OTAN.
A segunda onda ocorreu em 2004 e se tornou a maior ampliação na história da aliança atlântica.
Em 29 de março daquele ano, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia entraram para a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Essa etapa de expansão marcou a expansão direta da Aliança em relação às fronteiras russas. O ministro de Assuntos Exteriores russo, Sergey Lavrov, qualificou o ocorrido como um "erro no caminho para o fortalecimento da segurança europeia". Desde então, a Rússia tem constantemente manifestado preocupação em relação ao avanço da OTAN.
Adesões mais recentes
Em 1º de abril de 2009, Albânia e Croácia tornaram-se membros da Aliança. Em 5 de julho de 2017, Montenegro aderiu oficialmente à OTAN.
Após mudar seu nome (o que era um dos requisitos para a adesão), a Macedônia do Norte se juntou à Aliança em 27 de março de 2020, no auge da pandemia de coronavírus.
Finlândia e Suécia foram, até o momento, os últimos países a se tornarem membros da OTAN em 4 de abril de 2023 e 7 de março de 2024, respectivamente.
Ucrânia e Geórgia
Na cúpula da Aliança realizada em 2008 na capital da Romênia, Bucareste, foi decidido que a Ucrânia e a Geórgia "se tornariam membros da OTAN".
Kiev obteve em março de 2018 o status de país candidato à OTAN e, posteriormente, em fevereiro de 2019, estabeleceu em sua Constituição a intenção de integrar-se ao bloco militar, assim como à União Europeia.
Durante o conflito armado com a Rússia, Kiev apresentou em setembro de 2022 um pedido de adesão acelerada, mas a Aliança declarou que a Ucrânia deve primeiro resolver o conflito com a Rússia para aderir ao bloco.
Em 2023, os membros da Aliança reafirmaram sua intenção de integrar a Geórgia.
Tanto a Geórgia quanto a Ucrânia sediaram em seu território exercícios militares da OTAN por diversas vezes.
Promessas quebradas
As promessas feitas à Ucrânia e à Geórgia, bem como a inclusão de vários países da Europa Oriental, ocorreram em flagrante violação dos acordos estabelecidos com a URSS, nos quais a OTAN prometeu não se expandir para o leste.
Em 1990, quando as duas Alemanhas e os líderes das quatro nações vitoriosas da Segunda Guerra Mundial — URSS, EUA, Reino Unido e França — negociavam a reunificação alemã no âmbito do Tratado Dois Mais Quatro, o Ocidente tentou tranquilizar as autoridades soviéticas sobre a possível ameaça que um Estado alemão reunificado representaria no coração da Europa.
Em fevereiro daquele ano, o então secretário de Estado americano, James Baker, deu ao seu homólogo soviético, Eduard Shevardnadze, "garantias firmes" de que "a jurisdição ou forças da OTAN não se moveriam para o leste". No mesmo dia, ele disse ao então líder da URSS, Mikhail Gorbatchov em Moscou que a Aliança não se moveria "nem um centímentro para o leste", de acordo com documentos desclassificados.
Um dia depois, em 10 de fevereiro de 1990, Helmut Kohl, o futuro chanceler da Alemanha unificada, repetiu a mesma promessa a Gorbatchov: "Acreditamos que a OTAN não deveria expandir sua esfera de atividade. Precisamos encontrar uma solução razoável. Entendo corretamente os interesses de segurança da União Soviética", afirmou Kohl na época.
No entanto, a OTAN negou ter prometido não se expandir. "Na verdade, no tratado fundacional da nossa organização consta que qualquer país europeu pode se tornar membro da Aliança", declarou o então secretário-geral do bloco militar, Jens Stoltenberg, em dezembro de 2021.
Em janeiro de 2022, o secretário de Estado dos EUA na época, Antony Blinken, afirmou que "a OTAN nunca prometeu não admitir novos membros".
Um mês depois, em fevereiro de 2022, o Der Spiegel informou que nos Arquivos Nacionais Britânicos foi encontrado um documento confidencial que confirma que a OTAN descumpriu as promessas de não se expandir para o leste: "Deixamos claro para a União Soviética durante as negociações do [Tratado] Dois mais Quatro [sobre a reunificação alemã] e em outras negociações que não temos a intenção de nos aproveitar da retirada das tropas soviéticas da Europa Oriental... A OTAN não se expandirá nem formal nem informalmente para o leste", cita o documento as palavras do ex-embaixador dos EUA no Reino Unido, Raymond Seitz.
Rússia denuncia ameaça à sua segurança
Já em 2007, Vladimir Putin denunciou em seu famoso discurso durante a Conferência de Segurança de Munique que a expansão da OTAN representa uma ameaça para o país e contraria as promessas da própria aliança. "O que aconteceu com as promessas feitas pelos parceiros ocidentais após a dissolução do Pacto de Varsóvia? Onde estão essas promessas agora? Ninguém se lembra delas", afirmou o presidente russo, que lembrou aos presentes as declarações do então secretário-geral da OTAN, Manfred Hermann Wörner, proferidas em 17 de maio de 1990 em Bruxelas: "O próprio fato de que não estamos dispostos a posicionar as tropas da OTAN fora da República Federal da Alemanha dá à União Soviética garantias de segurança firmes". "Onde estão essas garantias?", questionou Putin.
Depois disso, Moscou continuou insistindo que considera a infraestrutura da OTAN perto das fronteiras russas como uma ameaça à sua segurança, enquanto que a Aliança permaneceu indiferente a esses alertas. Em particular, o Kremlin se opôs firmemente à adesão da Ucrânia à OTAN, insistindo em seu status neutro e classificando como uma "linha vermelha" o deslocamento de armas ofensivas para o território ucraniano.
Em 27 de junho, Putin declarou que a traição da OTAN, que havia prometido não se expandir para o leste, e o descumprimento dessa promessa foram uma das razões para o início da Operação Militar Especial na Ucrânia. Ao longo do conflito, Moscou denunciou que a Aliança Atlântica participa diretamente do conflito na Ucrânia, gastando milhões de dólares em ajuda bélica a Kiev e demonstrando estar disposta a aumentar a escalada.