Lula afirma que guerra comercial com EUA só começa quando ele 'der uma resposta' a Trump

O presidente demonstrou "certa tranquilidade" diante das negociações comerciais, apontando o Ministério das Relações Exteriores, o vice-presidente Alckmin e o setor empresarial como protagonistas na resolução do impasse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (21) que ainda não vê instalada uma guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos, apesar da decisão de Donald Trump de impor uma tarifa de até 50% sobre produtos brasileiros, conforme publicado pela imprensa.

"Nós não estamos em uma guerra tarifária. A guerra tarifária vai começar na hora em que eu der uma resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião. As posições não foram adequadas. Ninguém pode ameaçar por uma decisão judicial. Quem sou eu para tomar uma decisão diante da Suprema Corte?", disse o presidente durante encontro sobre democracia realizado no Chile.

Lula demonstrou "certa tranquilidade" diante do impasse, citando sua confiança nos diplomatas brasileiros, no vice-presidente Geraldo Alckmin e no setor empresarial como peças-chave nas tratativas.

Soberania nacional

O presidente defendeu maior protagonismo do povo, dos meios de comunicação e da classe política na proteção da soberania nacional. Ao comentar os desafios atuais, o petista destacou que a resposta deve ser coletiva e articulada por diversos setores da sociedade.

"A defesa da democracia não cabe somente aos governos. Requer participação ativa da academia, dos Parlamentos, da sociedade civil, da mídia e do setor privado", afirmou Lula durante o discurso. "Neste momento em que o extremismo tenta reeditar práticas intervencionistas, precisamos atuar juntos."

Democracia em perigo

O presidente também criticou as pressões internacionais em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado.

"Ninguém pode ameaçar um partido com uma decisão judicial. Quem sou eu pra tomar uma decisão diante da Suprema Corte?", questionou Lula, ao defender a independência das instituições brasileiras.

Ao lado de líderes como Gabriel Boric, Gustavo Petro, Yamandú Orsi e Pedro Sánchez, Lula afirmou que "a democracia corre risco com o extremismo, como correu na fundação do partido Nazista e a ascensão do Hitler".

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