
Israel envia tanques a região de Deir al-Balah e intensifica ofensiva em Gaza

Tanques israelenses avançaram sobre Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (21), marcando o primeiro ataque terrestre à cidade desde o início da ofensiva intensificada de Israel em outubro de 2023.
O movimento militar ocorre um dia após as Forças de Defesa de Israel (IDF) ordenarem a evacuação dos bairros sul e leste da região, provocando um novo êxodo de civis, informou a agência Reuters.
Com a escalada, milhares de moradores fugiram em direção ao lado oeste, rumo à costa mediterrânea, e ao sul, para a cidade de Khan Younis. Segundo a ONU, entre 50 mil e 80 mil se encontravam na área afetada pelas ordens de retirada.
🚨BREAKING: The Israeli military is expanding its ground operations in Deir Al Balah central Gaza Strip . pic.twitter.com/VWkNwG24En
— Gaza Notifications (@gazanotice) July 21, 2025
A ofensiva incluiu bombardeios aéreos, navais e de tanques, atingindo áreas residenciais, mesquitas e casas, além de causar a morte de pelo menos três palestinos e deixar diversos feridos.
Entre os locais atingidos estão as mesquitas Aqaba bin Nafea, Ahl al Sunna e Al Muyahidín.
Deir al-Balah havia se tornado um centro de abrigo para deslocados internos e organizações internacionais por não ter sido alvo de incursões anteriores.

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que não cumprirá a ordem de evacuação. Segundo o porta-voz da secretaria-geral, Stéphane Dujarric, dois edifícios usados pela ONU em Deir al-Balah "foram impactados e sofreram danos, apesar de as partes terem sido informadas da localização desses edifícios".
"Esses edifícios da ONU, como todos os civis, devem ser protegidos, sejam quais antes das ordens de evacuação", disse Dujarric. Ele ressaltou ainda: "nossos colegas em campo estão mais que entregues e o mostram todos os dias ao permanecerem na linha de fogo e em casas de hóspedes que depois são atacadas".
A cidade de Mawasi, para onde os deslocados estão sendo direcionados, já abriga cerca de 425 mil pessoas e é alvo frequente de bombardeios israelenses.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), a situação humanitária em Gaza atinge níveis sem precedentes.
