
União Europeia cogita aceitar acordo desigual para evitar tarifas de Trump

Com o prazo final de 1º de agosto imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a aplicação de tarifas de 30% sobre produtos europeus se aproximando, líderes da União Europeia (UE) estariam dispostos a "digerir um acordo desigual que favoreça os EUA", com o objetivo de desbloquear as negociações comerciais. A informação foi divulgada pela agência Bloomberg nesta segunda-feira, citando fontes familiarizadas com o tema.

Apesar de uma rodada prévia de negociações realizada na última semana em Washington, representantes da UE e dos Estados Unidos ainda não conseguiram avanços decisivos na questão tarifária, segundo o veículo.
"Essas negociações são difíceis", afirmou o ministro das Finanças da França, Eric Lombard, antes de uma reunião com federações empresariais em Paris. "Se não conseguirmos um acordo equilibrado com os EUA, então nos reservamos o direito de adotar contramedidas que sejam equilibradas, é claro, mas destinadas a defender os interesses da UE", acrescentou.
Trump "indiferente"
Diante desse cenário, Bruxelas intensificou os preparativos para uma possível retaliação, mesmo após o alerta de Trump ao bloco europeu e a outros países afetados para que evitem medidas de resposta.
Fontes indicam que representantes da UE poderão se reunir ainda nesta semana para definir um plano de ação, caso não haja entendimento com Washington. Enquanto isso, Trump mantém sua posição às tarifas de 30% sobre a maioria das importações vindas da UE.
"Possivelmente podemos chegar a um acordo com a Europa. [Mas] isso me é muito indiferente (...) enviamos uma carta, acho que estava em 30%. Certo. Isso significa que 30% de tudo o que eles produzem, pagam para nós. Isso não é um mau negócio, vou lhes dizer. Estamos ganhando muito dinheiro", declarou o presidente dos Estados Unidos.
- Trump anunciou recentemente que irá impor novas tarifas de 30% sobre produtos europeus a partir de 1º de agosto, além dos impostos setoriais já existentes.
- Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que Bruxelas está pronta para adotar medidas de retaliação contra Washington caso um acordo negociado não seja alcançado até a data-limite.
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