'Técnico vampiro' obrigava alunas a trocar sangue por créditos acadêmicos

Um escândalo estourou em Taiwan após a denúncia de que o técnico do time feminino de futebol da Universidade Normal Nacional obrigava alunas a doar sangue em troca de créditos acadêmicos, segundo a imprensa local.
A denúncia veio à tona quando a estudante Jian Qisheng decidiu tornar o caso público. Ela afirmou que, junto com suas colegas, era coagida pelo treinador Zhou Tai-ying a participar de sessões frequentes de doação de sangue.
Extorção sanguínea
Outras vítimas também se manifestaram e confirmaram as acusações. Segundo o South China Morning Post, as doações estavam ligadas diretamente aos 32 créditos necessários para a graduação. Quem se recusasse, corria o risco de ser reprovada ou expulsa da universidade.
Jian revelou que chegou a doar sangue mais de 200 vezes durante sua vida universitária. As sessões, segundo ela, às vezes duravam 14 dias seguidos e ocorriam até três vezes ao dia. A universidade dizia que o sangue era usado em “experimentos de pesquisa” iniciados em 2019, que recebiam financiamento do Estado.
Demissão e pedido de desculpas
Na semana passada, a instituição anunciou a demissão de Zhou, junto com um pedido de desculpas assinado por ele. No entanto, o comunicado foi apagado logo depois, após forte repercussão nas redes sociais. Internautas pediram punições mais duras e apelidaram o treinador de “técnico vampiro”.
Nesta segunda-feira, a universidade realizou uma coletiva de imprensa. Disse que todos os dados e amostras das supostas pesquisas foram destruídos. Zhou também pediu desculpas publicamente pela primeira vez. O Ministério da Educação de Taiwan aplicou uma punição administrativa à universidade por "má gestão" e uma investigação judicial foi aberta.
