PIB chinês registra alta de 5,3% apesar das pressões externas

O aumento é atribuído principalmente à demanda doméstica, que torna a economia do gigante asiático mais independente em face dos desafios do Ocidente.

O Escritório Nacional de Estatísticas da China registrou um crescimento anual de 5,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do país, a preços constantes, no primeiro semestre de 2025. No período, a segunda maior economia do mundo produziu bens e serviços no valor de mais de 66 trilhões de yuans (cerca de 51,31 trilhões de reais).

O valor agregado da agricultura (cultivo de culturas) aumentou 3,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o setor industrial como um todo registrou alta de 6,4% em relação ao valor designado pelas autoridades, informou o Escritório Nacional de Estatísticas.

Entre os produtos, o Escritório destacou a fabricação de dispositivos de impressão 3D, que teve um aumento anual de 43,1%. Os veículos de energia nova e os robôs industriais também registraram crescimentos significativos, de 36,2% e 35,6%, respectivamente. Já o índice de atividade comercial em setores como serviços postais, telecomunicações, radiodifusão, televisão por satélite, software para web e TI, serviços financeiros, mercados de capitais e seguros manteve-se em níveis elevados, com taxas de expansão superiores a 55%.

A produção e a demanda cresceram de forma constante, o emprego manteve-se praticamente estável e a renda das famílias continuou em ascensão. Novos motores de crescimento também se desenvolveram com força. A demanda doméstica respondeu por 68,8% do crescimento do PIB, consolidando-se como o principal impulsionador da expansão econômica.

O forte desempenho da economia chinesa, mesmo diante das pressões externas, especialmente a partir do segundo trimestre, evidencia sua resiliência, afirmou Sheng Laiyun, vice-diretor do Escritório Nacional de Estatísticas. No relatório, a instituição ressaltou que a melhoria constante foi alcançada apesar dos desafios, graças à implementação da "nova filosofia de desenvolvimento em todas as frentes".

O progresso econômico no período em questão acontece em um momento de guerra comercial com os Estados Unidos e a União Europeia. Em especial, o governo Trump aplicou tarifas que ultrapassaram 100%, ajustando essas taxas diversas vezes ao longo deste ano. Pequim tem até 12 de agosto para fechar um acordo com Washington e evitar novas restrições ao comércio bilateral.